A trajetória de atuação política e a repressão sofrida pelo brusquense Inácio Mafra, assim como as limitações de direitos civis durante os 21 anos sob o regime militar foram o tema de um encontro promovido pelo Laboratório de Cidadania e Educação em Direitos Humanos, do Centro Universitário de Brusque (LACEDH), na UNIFEBE. Ele é o entrevistado no documentário, Inácio Mafra: Um Brusquense Contra a Ditadura Militar, lançado durante a programação.
Durante a noite, um trecho do documentário, disponível nas redes sociais do LACEDH, foi exibido e discutido com acadêmicos e professores. A ação foi a segunda desenvolvida como parte do projeto Educação e Memória.
Em 2023, a iniciativa abordou em exposição os horrores vividos durante o Holocausto e a programação foi transmitida virtualmente. Na oportunidade, as fotos utilizadas na exposição foram produzidas pela reitora da UNIFEBE, professora Rosamari Glatz, em visita ao Campo de Concentração de Auschwitz, na Polônia, e pelo professor Rogério Ristow, na cidade alemã de Nuremberg, conhecida pelo histórico de comícios do Partido Nazista e pelos Julgamentos de Nuremberg, que sentenciaram criminosos de guerra.
Para o responsável pelo projeto e pelo LACEDH, professor Ricardo Vianna Hoffmann, além do registro histórico, a programação foi importante por permitir uma interação entre acadêmicos e Inácio. A visita possibilitou a elaboração de trabalhos focados em ética e educação feitos por professores de diferentes cursos. Os visitantes do Bloco A igualmente puderam acompanhar uma exposição focada no período.
“Contar um pouco sobre essa história também é buscar, nos acadêmicos e comunidade, essa reflexão e criticidade para que nunca mais volte a acontecer em nosso país, esse período dramático e triste”, descreve o professor. De acordo com ele, o ato foi um momento para reforçar a importância da defesa dos direitos humanos e os direitos fundamentais contidos na Constituição Federal.
Um Brusquense Contra a Ditadura
Preso em diferentes estados brasileiros durante o período devido à sua atuação política, Inácio Mafra afirma que era influenciado pela política internacional da época, como boa parte dos jovens universitários do período. Ele destacou as mudanças políticas e na comunicação do país vivida ao longo dos anos.
Segundo ele o momento de conversa com jovens estudantes e a produção foi uma forma importante para ampliar o conhecimento histórico sobre o período de repressão de direitos e aproximar os mais jovens do contexto da época.
“É o depoimento de um brusquense que viveu naquela época e teve participação, de certa forma, política, em um contexto do período”, afirma. “Acho importante que a juventude tenha conhecimento do que aconteceu no Brasil, naqueles anos. A participação política da época é diferente da participação política de hoje, então, elas teriam que conhecer a história do país”.