O Serviço de Atenção Integral às Pessoas em Situação de Violência Sexual – SAVS é uma das iniciativas do Sistema Único de Saúde do município de Brusque, composta por uma equipe multiprofissional, que visa auxiliar as vítimas e seus familiares a buscar ajuda e superar o trauma.
Uma das portas de entrada para esse acolhimento são as Unidades Básicas de Saúde – UBSs. Por ser, muitas vezes, o primeiro contato da vítima com uma equipe de apoio, que o curso de Medicina da UNIFEBE promoveu, nos dias 15 e 29 de abril uma formação voltada aos profissionais preceptores e aos acadêmicos da 4.ª fase do curso.
“Como na 4.ª fase, o componente curricular de Interação em Saúde na Comunidade – IESC trabalha a saúde da mulher, buscamos aproximar os preceptores e estudantes desse serviço. Na formação, a médica do SAVS, doutora Erika Mauch Vaz, falou sobre a importância do serviço, acerca do fluxo de atendimento e como direcionar esses pacientes que precisam desses cuidados”, explica a supervisora do IESC, professora Juliana Chaves Costa Pinotti.
De acordo com a professora, a solicitação de ministrar a formação foi feita pelo próprio SAVS, com o intuito de incentivar os profissionais e acadêmicos de Medicina a disseminar o serviço. “O objetivo é que os nossos alunos sejam multiplicadores do SAVS nas Unidades Básicas de Saúde. A violência sexual é um problema de saúde pública e é essencial que eles, como futuros médicos, saibam acolher, notificar as autoridades competentes e dar continuidade a esse atendimento”, complementa a professora.
Por ter sido criado em 2019, muitos profissionais desconhecem o serviço, protocolo e fluxos para encaminhamento, destaca a enfermeira e coordenadora do SAVS, Elaine Weirich. “Nesse sentido, a formação teve como intuito dar visibilidade ao serviço, já que o município passou pela ampliação da Atenção Básica, lida com a rotatividade de profissionais e conta com a presença dos acadêmicos de Medicina nas Unidades Básicas de Saúde”, pontua Elaine.
A explicação e os relatos apresentados na formação, revela a acadêmica da 4.ª fase, Maria Fernanda Rodrigues, alertaram os estudantes de Medicina para uma triste realidade da sociedade em que vivem. “O SAVS tem um papel fundamental para a população, visto que oferece um atendimento totalmente humanizado e especializado para atender às vítimas que precisam de suporte psicológico e emocional. O conhecimento desse serviço e de como ele funciona nos permitiu compreender o quão complexo esse atendimento pode ser e quão preparados devemos estar para acolher essas pessoas. A violência sexual ainda é, infelizmente, muito comum na sociedade, e precisamos estar atentos aos sinais e às formas de conduta para que esses pacientes não sejam negligenciados”, avalia a estudante.
Para Elaine, a parceria entre universidade e poder público é de grande valia, principalmente para as pessoas em situação de violência sexual. “Os atendimentos e encaminhamentos, sendo feitos de forma mais ágil e eficiente, garantem qualidade e minimizam danos à saúde, trazendo também conforto e humanização e evitam, consequentemente, a revitimização”, conclui a coordenadora do SAVS.