* Daniel Juckowsky
A conscientização dos brasileiros de que a educação abre portas e cria as melhores oportunidades faz com que aumente a demanda de jovens que ingressam em cursos superiores. O Brasil entrou no século XXI com mais de três milhões de alunos no terceiro grau, dois terços em instituições privadas, o que significa que mais de dois milhões devem pagar para freqüentar os cursos em que foram aprovados. A maioria pertence à classe média e possui baixos recursos financeiros, gerando, assim, inadimplência e evasão na ordem de 25 a 30%.
Esta situação cria dois grandes problemas para as instituições de ensino: um financeiro e outro social. Se por um lado evasão origina vagas ociosas, pelo outro, manter alunos inadimplentes implica em perda de receita e privação de oportunidades. O quadro preocupa as instituições de ensino superior privadas, que dependem da receita para manter a qualidade do ensino.
O crédito educativo é uma alternativa de financiamento que possibilita que jovens de famílias cuja renda não é suficiente para custear os estudos ingressem na universidade e completem sua formação como uma forma de investimento pessoal. Após o término do curso, o profissional restitui os valores utilizados enquanto universitário, oportunizando que outros estudantes sejam beneficiados. A rotatividade desses valores é um multiplicador de oportunidades e, ao mesmo tempo, um formador da consciência de solidariedade. O crédito educativo existe há pouco mais de 50 anos, tendo iniciado na Colômbia e chegado ao Brasil em 1972, por meio da Fundação Aplub de Crédito Educativo (Fundaplub).
Seria ideal se os programas de financiamento pelo crédito educativo dos governos pudessem atender à grande demanda do ensino superior, mas a realidade é outra. Uma saída para tal problema seria as universidades manterem um programa próprio de crédito educativo.
* Presidente de Honra da Fundação APLUB de Crédito Educativo