Cerca de 20 acadêmicos da 5ª fase do Curso de Moda do Centro Universitário de Brusque – Unifebe participam nesta semana de um Workshop voltado para técnicas têxteis artesanais. O curso iniciou nesta segunda-feira, 21 de março, e segue até quarta-feira. O objetivo é mostrar aos alunos as várias técnicas de tecer ou desenvolver apliques sobre o tecido.
O workshop faz parte das atividades da disciplina de Design Têxtil, cuja professora é Arina Blum. Ela explica que nas suas aulas há bastante trabalho com design de superfície, ou seja, uso de técnicas sobre o tecido, como bordados e estamparias. No entanto, há cerca de 30 diferentes maneiras de trabalhar a superfície do tecido e não há tempo hábil para aprender todas as formas em um semestre. "O objetivo é concentrar todas as técnicas dentro de um workshop para os alunos conhecerem", enfatiza, salientando que algumas delas permitem o contato com possibilidades de aplicação têxtil artesanal que enriquecem o repertório dos alunos.
Os ensinamentos ficaram por conta da aposentada Amélia Sano Pereira, que já ministrou aulas de Educação Artística. A habilidade com a agulha e linha é herança da família, conta ela. "Meus avós tinham confecção no Japão, na cidade de Hiroshima. Eles perderam toda indústria por causa de uma enchente e vieram para o Brasil em 1926 trazendo uma única máquina de costura, que existe até hoje", relata. "A máquina foi dada para minha mãe, que costurava roupas para os trabalhadores da roça e desde os quatro anos eu costurava as bonecas e depois as roupinhas para elas", complementa.
Criatividade
Depois de explicar as diferentes formas de desenhar sobre o tecido com agulha e linha, o grupo partiu para a prática sob as instruções de Amélia. Nesta terça-feira, os trabalhos estarão voltados para as tramas (macramê, crochê, tricô, técnicas de tear, frivolitê, entre outros).
Para a professora Arina, um dos propósitos da atividade é possibilitar aos alunos a inovação. "O fato de verem outras possibilidades de trabalhar técnicas variadas, podem resultar na inovação", frisa.
Os alunos aprovaram a iniciativa na disciplina. Para a acadêmica Cintia Ferreira, 23 anos, que trabalha com jeans, a experiência está sendo muito boa por mostrar o trabalho com o tecido trazendo de volta a tradição familiar, como o tricô. "É muito boa essa ideia de aprender o artesanato, porque hoje se vê bastante aplique", diz.
O que chamou a atenção de Morgana Bittencourt, 19 anos, foi o ponto cruz. "Eu pratico bastante e pensei que havia só um tipo, aquele de fazer o ‘x’. Mas ela ensinou mais dois tipos e fiquei encantada. É o mesmo que eu trabalho, mas com linha e pontos diferentes", revela.
Já Raiany Teodoro Mendes, 22 anos, ressaltou a importância do artesanal das técnicas. "Quando eu era pequena minha mãe fazia meus rabicós e enfeites. Hoje em dia compramos tudo pronto. É legal reaprender essas técnicas", conclui.
Texto: Suelen Cerbaro
Publicado por: Assessoria de Comunicação Social