De Botuverá até o bairro Limoeiro, em Itajaí, os acadêmicos de Engenharia Química da UNIFEBE coletaram, em quatro pontos diferentes, amostras de água do Rio Itajaí-Mirim. Em parceria com o Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Brusque, os estudantes analisaram a qualidade da água, levando em consideração o contexto de cada região onde o material foi coletado.
Todo o processo de estudo e análise foi orientado pela coordenadora do curso, professora Rafaela Bohaczuk Venturelli Knop, com o apoio do engenheiro químico do Samae, Ricardo Bortolotto, que compartilhou com os acadêmicos os métodos utilizados pela autarquia, no tratamento dos efluentes e do professor Francisco Odisi.
Índices de coliformes totais e fecais, sólidos totais, turbidez, cromo, alumínio, cloro, ferro total, flúor, manganês, potássio e pH foram analisados pelos estudantes. Cada grupo se aprofundou na pesquisa de três destes parâmetros. Após as análises, os resultados foram discutidos pelos alunos e encaminhados ao Samae.
De acordo com a coordenadora do curso, a maior variação nos números observados está no índice de sólidos totais. Isso se deve ao excesso de poluentes, dragagem, assoreamento e quedas de barragens, que sobrecarregam o fundo do rio com areia, alterando a coloração da água. Além disso, quanto mais próximo do litoral maior era a quantidade de material, como areia, por exemplo, revelando um início de degradação do estado da água.
“Essa interação com o Samae foi um momento enriquecedor para os alunos, pois mostra que a Engenharia Química tem uma forte ligação com uma sociedade altamente industrializada como a nossa. O profissional que busca estar sempre atualizado estará bem posicionado no mercado de trabalho”, ressalta a professora Rafaela.
Segundo o engenheiro químico do Samae, a industrialização e o crescimento econômico da cidade muitas vezes têm como consequência o descarte inadequado de efluentes, além de aterros e dragagens serem fatores que influenciam na água do município. “Creio que foi um grande aprendizado sobre os procedimentos de análises e também de como produzir pesquisa. Os resultados mostraram como a urbanização afeta a qualidade da água no decorrer do trajeto e que são necessárias ações mais efetivas para preservar nossos rios”, afirma Ricardo.
Acadêmico da 1ª fase, Marcos Vinicius Florindo destaca a conciliação da teoria com a prática para a fixação dos conteúdos apresentados em sala de aula. “Vivenciamos como é feita a análise para comprovação da qualidade da água. Toda a metodologia aplicada no projeto foi muito importante para nosso aprendizado e fundamental na preparação para o mercado de trabalho”, elogia Marcos Vinicius.
A atividade desenvolvida com os estudantes integrou a Jornada de Curricularização da Extensão, realizada neste semestre, de 17 a 27 de maio na UNIFEBE, com o tema Sustentabilidade.
Curricularização da Extensão
Constituída por meio da Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, pelo Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Superior, o documento que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira, regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014- 2024.
De acordo com a resolução, a Extensão deve se integrar à matriz curricular dos cursos e promover a interação entre as instituições de ensino e a sociedade, por meio da troca de conhecimentos, cultura e diálogo. As atividades devem compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular. Essa determinação começou a ser implantada pela UNIFEBE no primeiro semestre de 2020, com as primeiras fases de todos os cursos de Graduação. Neste semestre, estudantes da 1ª e 3ª fase participaram das intervenções.
O pró-reitor de Graduação e de Pós-graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura interino da UNIFEBE, professor Sidnei Gripa, explica que a Curricularização da Extensão integra a formação acadêmica dos estudantes, promovendo intervenções que estimulam a construção e o desenvolvimento do aluno como cidadão.
Por meio de projetos, programas, cursos, oficinas, eventos e até prestação de serviços, a Curricularização da Extensão articula ensino, pesquisa e extensão de modo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico e tecnológico. “O estudante se envolve diretamente com a comunidade com ações que estão vinculadas à sua formação universitária, de modo a viabilizar um diálogo construtivo e transformador entre a universidade e a sociedade”, destaca Gripa.
As atividades desenvolvidas presencialmente, neste semestre, seguiram todos os protocolos de segurança em saúde.
