Conhecer o contexto da pessoa diagnosticada com TEA – Transtorno do Espectro Autista e aprender como a Educação Física e a Educação Especial podem trabalhar de forma colaborativa foi o tema da palestra da professora Sabrina Arruda de Vargas. O bate-papo foi realizado com os acadêmicos da 7.ª fase de Educação Física da UNIFEBE, no componente curricular de Educação Física Inclusiva, e com os estudantes da 6.ª fase de Educação Especial, no componente curricular de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e Altas Habilidades: fundamentos e práticas inclusivas.
A professora de Educação Especial, Tatiana Costa Masera, esclarece que, quando o assunto abordagens inclusivas é apresentado ou quando se pensa ou reflete sobre inclusão, é essencial haver uma colaboração multiprofissional. Sejam elas em diferentes áreas, como educação, saúde, assistência; ou mesmo no âmbito escolar, com diferentes profissionais da educação. “Então, trabalhar de forma integrada vai permitir que os profissionais de ambas as áreas compartilhem saberes e práticas que vão favorecer o desenvolvimento global dos estudantes, especialmente daqueles com diagnóstico de transtorno do espectro autista. Nesse sentido, por meio do diálogo e dessa atuação conjunta, é possível que se planeje intervenções de uma forma mais significativa, fazendo uso da elaboração e de intervenções baseadas no plano de ensino individualizado, que visam garantir que as necessidades específicas de cada indivíduo sejam respeitadas e atendidas com qualidade”.
O intuito da palestra, revela o professor André Luiz de Oliveira Braz, foi promover a conscientização e o entendimento sobre o autismo, combater estereótipos, preconceitos e fomentar a inclusão e o acolhimento de pessoas com TEA na Educação Física e no ambiente escolar. “Os novos professores devem possuir informações básicas sobre o TEA, como definições claras, características detalhadas e precisas, causas e diagnóstico, pois, assim, o processo de ensino-aprendizagem ocorrerá de maneira equalizada e adaptada de acordo com as características individuais de cada aluno. É preciso conhecer os conceitos básicos da Educação Inclusiva para um melhor acolhimento e acompanhamento pedagógico, adaptando e incluindo todas as deficiências e transtornos”, enfatizou o professor.
A palestra levou o acadêmico de Educação Física, Matheus Ferreira, a refletir sobre a importância do trabalho colaborativo entre os professores. “É fundamental que tenhamos esse conhecimento para atuação em conjunto, pois assim poderemos dar uma atenção mais específica para o aluno que precisa de atividades adaptadas. Então, esse bate-papo nos trouxe uma perspectiva diferente e enfatizou o quão necessário é estarmos preparados, pois ao longo de nossa carreira vamos nos deparar com diversas situações. E isso nos faz querer buscar mais, se aprofundar mais no assunto e procurar saber como podemos fazer para trabalhar um assunto específico com um aluno que tenha o transtorno espectro autista”.
Na apresentação aos acadêmicos, a professora trouxe diversas práticas que realiza na sua área de atuação, com exemplos de adaptações que tornam as atividades curriculares mais acessíveis. Além das orientações que ela possibilita para outros professores de outras áreas, como professores de educação física e de artes. Ter acesso a esse contexto situacional da prática cotidiana dela foi muito importante para os acadêmicos de Educação Especial, avalia a estudante da 6.ª fase do curso, Maria Eduarda Batista. “Acredito que a principal relevância dessa atuação colaborativa entre os profissionais da educação é a de sermos agentes inclusivos, que possibilitem realmente um ambiente educacional mais inclusivo, com equidade e que consiga acolher as individualidades e acender as potencialidades dos alunos. Isso nos permite enxergar o aluno de uma forma integral e não só com funções específicas, dependendo do contexto educacional e, a partir disso, promover acessibilidade e inclusão em todas as práticas educacionais vivenciadas”, completa.
A palestrante
Sabrina Arruda de Vargas é formada em Educação Especial e especialista em Gestão Educacional pela Universidade Federal de Santa Maria. Atualmente, é professora da Rede Municipal de Ensino de Brusque no Atendimento Educacional Especializado (AEE).