O Curso de Sistemas de Informação da UNIFEBE realizou, nesta quinta-feira (13), o lançamento do projeto Meninas Digitais, que promove ações de divulgação científica, oficinas, palestras, rodas de conversa e mentorias para incentivar e apoiar a participação de meninas e mulheres nas áreas de Computação e Tecnologias da Informação.
A área de tecnologia da informação (TI) tem uma proporção muito pequena na presença de mulheres, tanto no Ensino Superior quanto no mercado de trabalho. Contudo, esse quadro tem começado a mudar aos poucos. Na UNIFEBE, por exemplo, já se percebe um aumento: as 22 estudantes matriculadas representam cerca de 7% do total do corpo discente. Dessa forma, o projeto Meninas Digitais tenta acelerar a mudança de cenário por meio de incentivo e acolhimento.
O projeto foi uma construção coletiva e é uma das últimas realizações de Izadora Montibeller no Curso de Sistemas de Informação da UNIFEBE. Ela apresentará seu Trabalho de Conclusão de Curso em dezembro e a previsão é de que a colação de grau ocorra em março.
“Quando eu iniciei aqui na UNIFEBE, éramos cerca de cinco meninas no curso todo. E sentíamos a falta desse senso de comunidade. Conversando com a professora Hannelore Nehring e algumas colegas, surgiu a ideia de trazer um projeto exclusivo das meninas do curso, para atrair mais meninas e fazer com que elas permaneçam e se formem”, explica.
Quem já atua na área há décadas também reconhece a importância do projeto. A professora Tatiana Pereira Filgueiras acompanha de perto a mudança, que, mesmo pequena, indica crescimento na inclusão das mulheres. Ela teve pouquíssimas colegas mulheres ao longo de sua graduação, em outro estado. Hoje, prestes a terminar o doutorado, percebe um momento diferente.
“Na época em que eu me formei, nós nos sentíamos meio excluídas, até em certa desvantagem. (…) Então, acho muito importante hoje ter esse movimento por nossas alunas, para elas se sentirem parte do todo, parte do curso, como alunas mesmo. Hoje eu até me espantei quando entrei aqui na sala e vi a sala cheia de meninas. Estamos vendo que o interesse das meninas nessa área está aumentando”, explica.
A reitora da UNIFEBE, professora Rosemari Glatz, marcou presença no encontro de lançamento. “É muito importante que nós nos envolvamos em projetos como este. De forma geral, nós, mulheres, já somos maioria nos cursos da instituição. Então é gratificante ver que, dentro da UNIFEBE, acadêmicos e professores estão atentos e trabalhando por uma universidade ainda mais equitativa e diversa.”
O lançamento do projeto foi apresentado pelo coordenador do curso, professor Roberto Heinzle. Ele relata que a inspiração está num projeto criado na regional sul-mato-grossense da Sociedade Brasileira de Computação (SBC) em 2011. Posteriormente, a SBC abraçou a iniciativa nacionalmente.
“Em 2024, no âmbito da UNIFEBE, nós começamos a discutir a possibilidade de ser um desses parceiros da SBC. A partir da aprovação interna, o projeto foi encaminhado à SBC, e em meados deste ano, foi aprovado. Então, começamos algumas iniciativas internas, de definir identidade visual, confeccionar camiseta, até o lançamento. Fizemos uma confraternização com coffee break, e foram convidadas as acadêmicas e professoras do curso, além da administração superior da UNIFEBE”, relata.
Ações pensadas no projeto Meninas Digitais
– Disponibilizar assuntos relacionados a tecnologias, programação, noções de algoritmos, pensamento computacional e as carreiras na área de TI. O site e o perfil do Instagram do projeto são desenvolvidos e gerenciados pelas acadêmicas.
– Capacitação das alunas do curso nas ferramentas Scratch e AppInventor, para viabilizar a oferta de oficinas sobre essas temáticas ao público externo;
– Oferecer, periodicamente, oficinas para aprender, na prática, a programar jogos na plataforma Scratch, visando despertar o interesse pelo aprendizado de programação, especialmente para iniciantes;
– Oferecer periodicamente oficinas para ensinar o aplicativo AppInventor e noções práticas de lógica e programação, para despertar e estimular seu aprendizado;
– Promover atividades de integração entre as estudantes de Sistemas de Informação, para proporcionar um ambiente acolhedor, que estimule suas permanências no curso;
– Desenvolver e disponibilizar materiais que enalteçam a participação da mulher na área de TI;
– Realizar periodicamente visitas às escolas de Ensino Médio para a realização de palestras sobre a carreira na área e oficinas de Scratch e AppInventor;
– Preparar materiais de apoio didático para as alunas;
– Identificar parcerias com empresas e organizações da região para difundir materiais, ideias e objetivos do projeto.