O futuro da comunicação, criatividade, mudança de paradigmas e o despertar da propaganda emocional foram alguns dos temas que movimentaram o segundo dia do Festival Mundial de Publicidade de Gramado, realizado no Rio Grande do Sul.
Acadêmicos e professores do Centro Universitário de Brusque – UNIFEBE acompanham de perto as atividades desta quinta-feira, 11, realizadas no Serra Park. Mais de 4 mil pessoas participam do evento, considerado o maior no segmento comunicação, realizado na América Latina.
Cases de Sucesso
O primeiro painel do dia "Histórias de Sucesso" contou com a participação de Gianfranco Beting (AZUL Linhas Aéreas), Joao Bell (Vivo) e Fábio Bernardi (Agencia Morya).
Os palestrantes abordaram temas essenciais à construção de grandes marcas como o investimento na construção de um bom ambiente de trabalho, a felicidade de funcionários, o público online e a sedução como ferramenta persuasiva.
"Na Vivo, trabalhamos com uma tríade chamada OPA – Observe o cliente; Perceba seus desejos; e Atenda suas necessidades", comentou Beting. "Dou um recado a empresas de 3 a 3 mil funcionários: coloque as pessoas em primeiro lugar", complementou.
Joao Bell, diretor de comunicação social online da Vivo, abordou as dificuldades de captar a atenção de clientes no ambiente online. "Como fisgar uma audiência, se cada clique leva a mil lugares? Como ser relevante se a Internet é dispersiva por natureza?", provocou.
Fábio Bernardi, proprietário da agencia Morya, discutiu a interação das marcas com clientes no mundo contemporâneo. "O mercado publicitário é o que você fizer dele. Todo mundo é contemporâneo do tempo de si mesmo, e para fazer mudanças não é necessário ser gênio, é necessário ser humano", afirmou.
Bernardi ainda narrou uma história que ouviu de seu sócio, o publicitário Nizan Guanaes. Na história, ele compara sonhos a uma bola de meia. Quando a bola de meia cai no quintal do vizinho e ele tem dois cachorros bravos, você não pula o muro para buscá-la. Você arranja logo outra. Agora, se a bola for única e especial, você luta o que for para consegui-la. "Não se contentem em serem pequenos. Mostrem-se grandes. Não tenham sonhos que sejam bolas de meia", disse encerrando o painel.
Ou você muda, ou mudam você
Após a abertura, três momentos discutiram o presente e o futuro de veículos de comunicação. O publicitário Peter Field e o designer Hans Donner abordaram o presente da TV aberta e suas experiências nesse ramo. Logo após, Rafael Guida da OgilvyOne e Marialejandra Urbina da Lowe SSP da Colombia trouxeram cases que tratavam de marketing de guerra e paz.
Finalmente, Andiara Petterle (RBS), Larry Kilman (WAN – Associação Mundial de Jornais) e Fernando Bond (ADJORI BR) participaram do painel "Jornal – Do papel à multiplataforma".
"O foco do trabalho de vocês deve ser a inovação. A cada dólar investido em campanhas criativas, geram mais 10 retornos", afirmou Field.
Ao mesmo tempo em que ocorriam as palestras, o acadêmico Lucas Bueno e o professor Rafael Zen participaram do Mini-Madrugadão, promovido pela universidade Feevale de Novo Hamburgo. No stand, duplas de criação eram convidadas a criar anúncios para clientes reais. O melhor anúncio será votado pelo público do evento e revelado na sexta-feira – último dia do evento.
"Participar do madrugadão foi uma experiência interessante porque recebemos um briefing real, de um cliente que está participando do evento – o Tri Táxi Aéreo. Poder aplicar o conhecimento que obtemos em sala de aula em uma tarefa real, da teoria à prática, é inovador nesse tipo de evento", afirmou o acadêmico Lucas Bueno.
Emoção e Revolução
Para encerrar as atividades do dia, dois outros painéis foram propostos. David Armendáriz (TBWA – Equador) e JC Rodrigues (Disney Interactive Brasil) falaram sobre a propaganda como construtora de emoções. Já Rafael Urenha (DP&T), Flavia Moraes (RBS) e Sérgio Mugnaini (Lodua) tiveram como tarefa abordar o tema "Seja o primeiro a mudar".
Sobre a construção de universos essenciais ao cliente e sobre a criação diária da profissão, Rodrigues afirmou: "A realidade alternativa é a base do storytelling na propaganda. Ao encantarmos o cliente com novas histórias, devemos propor aquele universo onde a principal pergunta é: e se?".
O encerramento do evento abordou as transformações do mercado com dados surpreendentes como o fato de que no começo de 2000, o Festival Mundial de Cannes possuía apenas 6 categorias de premiação. Quinze anos depois, são 20 categorias de formas diferentes de comunicar, ou que 90% dos dados na Internet foram criados nos últimos 2 anos e 10% das fotos encontradas na web foram tiradas nos últimos 45 dias.
"Nunca foi tão complexo falar com o consumidor. A revolução está na criatividade", afirmou Urenha, deixando um gosto de reflexão para o último dia do evento.
Texto: Rafael Luiz Zen / Fotos: Divulgação
Publicado por: Assessoria de Comunicação Social
imprensa@unifebe.edu.br
47-3211-7223