Refletir no centro acadêmico a igualdade, dignidade e fraternidade, para que um dia talvez não existam tantas discrepâncias em razão unicamente da cor, é o principal objetivo da Semana de Consciência Negra realizada na UNIFEBE.
O evento, gratuito e aberto para a comunidade, teve seu início na noite de terça-feira, 20 de novembro, com uma mesa-redonda sobre intolerância religiosa, com enfoque nas religiões de matriz afro-brasileiras. Participaram o coordenador do curso de História da UNIVALI, Francisco Alfredo Braun Neto, o historiador e jornalista André Pinheiro e o Babalorixá Pai Miro de Ogunte, do Camdomblé.
A advogada e professora do curso de Direito da UNIFEBE, Daíra Andréa de Jesus, foi a mediadora do debate. A abertura do evento ainda contou com a apresentação musical de Anderson Costa e Sidney Silva. Durante a semana, que segue com programação até quinta-feira, 22, ainda haverá oficina e exposição.
Para Pinheiro, é essencial realizar uma mesa-redonda com essa temática para que a sociedade conheça mais este campo religioso brasileiro.
— A intolerância religiosa é um dos grandes motivos de hostilidades e agressões no país, e geralmente as pessoas temem e maltratam o que não conhecem. Por isso, a partir do conhecimento passamos a tratar com mais tolerância e respeito, assim esse momento é primordial — ressalta.
Braun Neto contextualiza o crescimento populacional da população afrodescendente em Santa Catarina, sobretudo no final do século 19, e sua contribuição na produção cultural e econômica do Estado.
— O evento promove o exercício da cidadania. O papel da academia é fundamental nesta formação e na produção científica — reitera.
O Babalorixá também destaca que a sociedade precisa conhecer a vida social do Candomblé, suas lutas e história. Conforme ele, assim poderá valorizar e saber realmente o seu significado.
Para a professora Daíra, refletir a temática dentro da instituição de ensino é louvável. Ele enfatiza que a abertura do evento é na data da morte de Zumbi dos Palmares — um líder emblemático no que diz respeito à resistência.
— São muitos os desafios à serem enfrentados, especialmente, em tempos de tanta intolerância, das proporções dela advindas e do alargamento do discurso de ódio. É preciso aprendermos a lidar com o assunto ainda ofuscado pela invisibilidade e pela insensibilidade. A reflexão permanente se faz necessária — salienta.
Programação
De 20 a 22 de novembro
Exposição: Indumentárias do Candomblé
Átrio do Bloco A
21 de novembro
Oficina de Percussão
Laboratório de Movimento Humano (Bloco E) – 19h
22 de novembro
Roda de Capoeira
Mestre Urso (Grupo Barro Negro)
Pátio do Bloco C – 20h