Os processos que envolvem a formação de treinadores de basquete e as possibilidades de atuação profissional no setor na Educação Física foram o foco de duas palestras que ocorreram na UNIFEBE, na última semana.
O encontro atraiu e reuniu acadêmicos, professores e egressos para ouvir o coordenador da coordenadoria geral do Clube Gimnasia y Esgrima, de Rosário, Argentina, Raúl Baccalá e o head coach da Universidade Lighthouse Christian University, da Florida, nos Estados Unidos, Adjalma Bechelli, o Vando.
Com amplas experiências como treinadores, ambos participaram de ações focadas no fomento ao basquetebol na cidade de Brusque ao longo da semana. No caso do argentino, a atuação profissional ainda compreende a Escola Nacional de Treinadores do Basquetebol Argentino.
O coordenador do curso de Educação Física da UNIFEBE, João Derli classificou as palestras como uma “formação diferenciada”. Além de reconhecer a tradição na modalidade dos países, Derli também enfatiza as possibilidades diversas de atuação do profissional formado em Educação Física. Processo que ele acredita ser facilitado pelo intercâmbio ao longo do curso.
“É importante para os acadêmicos terem esse outro contexto, essa vivência de outras modalidades esportivas, das atividades do exercício físico, do lazer, da recreação, de todo o contexto, já que a formação é generalista. Então, temos que oferecer as especificidades para que, depois, se o acadêmico quiser atuar em alguma delas, já possui alguma vivência e experiência que vai ajudá-lo na própria formação”, descreve.
A experiência foi bem avaliada por Alexandre Augusto Cardoso, acadêmico da quarta fase de Educação Física. Segundo ele, o contato com os treinadores possibilitou conhecer mais sobre as atuações dos profissionais.
“Mesmo sendo da área, é muito interessante entender como funciona em outros países, principalmente na Argentina, que tem um método muito específico e rígido na formação dos treinadores. Entender também como funciona até mesmo a escolha do head coach de uma universidade americana”.
Demanda por profissionais
Admirador do basquete brasileiro, Raúl Baccalá afirma ter gostado do período na cidade e dos dias de treinamento realizados em Brusque. Segundo ele, a qualificação é um caminho importante para atender a necessidade do mercado por treinadores e exemplifica com o trabalho feito na Argentina.
“Como treinador argentino tenho muito respeito por toda a disciplina desportiva do Brasil. Cresci admirando o basquete do Brasil, que era muito exitoso. Neste momento, temos uma grande escola de treinadores de basquete na qual formamos muitos deles, entre eles jovens e professores de educação física que estão se dedicando a essa finalidade”, indica.
As possibilidades de atuação profissional tanto no Brasil quanto fora do país são um dos pontos abordados por Adjalma Bechelli. “O basquete, no Brasil, está muito mais desenvolvido, não só por termos tido jogadores na NBA, mas pela mídia que a modalidade recebe até mesmo aqui, com a NBB. É um mercado novo. A própria liga nacional, com o Novo Basquete Brasil (NBB), buscava pessoal para atuação na administração há pouco tempo”, lembra.
Destaca ainda o crescimento de iniciativas locais, como as de incentivo de crianças no esporte, a exemplo do que ocorre em Brusque. “Isso abre portas, não só para os pais que vão lá e o assistem, mas também os acadêmicos podem se apaixonar pelo esporte e, hoje em dia, falta mão de obra nesse aspecto, localmente e no resto do Brasil”.
