Mais de 90% dos professores dos Anos Iniciais das escolas de Brusque possuem dificuldade em encontrar material didático sobre a história do município adaptado para crianças. A constatação foi feita pelo curso de Pedagogia da UNIFEBE, que desenvolveu um projeto sobre o Patrimônio Histórico de Brusque para suprir esta necessidade.
A atividade foi orientada pela professora Cíntia Aparecida da Silva, na disciplina de Metodologia do Ensino de História, com a turma da 6ª fase do segundo semestre de 2017. O objeto de estudo foi a antiga fábrica de tecidos Carlos Renaux.
Cíntia explica que a escolha por este patrimônio se deu devido à proximidade que a UNIFEBE tem com a Casa Renaux. Em 2017 foi firmada parceria de preservação histórica entre a Instituição e o local. Além disso, a visitação em outros patrimônios históricos de Brusque é de mais difícil acesso.
— As acadêmicas fizeram um trabalho de historiadoras na Renaux. A pesquisa se estendeu além da casa, porque uma questão está ligada a outra e descobriu-se que familiares das alunas trabalharam na fábrica. A Renaux faz parte da história da cidade — ressalta.
Visibilidade
Um dos grupos que participou do projeto foi além da atividade proposta em sala de aula e inscreveu o material na campanha realizada pela Havan, que trabalha na revitalização do espaço. O conteúdo foi selecionado e o vídeo está nas mídias sociais da empresa.
Para a acadêmica Amanda Paza, 22 anos, o desenvolvimento do projeto foi ainda mais especial, e emocionante. Durante as pesquisas que envolveram o trabalho, ela descobriu que seu bisavô João Habistzreuter, já falecido, trabalhou por 47 anos com a família Renaux como jardineiro e auxiliar da família.
— Minha avó conta que ele falava com muito orgulho do trabalho. Este projeto resgatou parte da identidade da cidade, além de ser um material muito rico para ser trabalhado em sala de aula — destaca.
Assim como Amanda, a acadêmica Aline Suavi compreende que o patrimônio histórico é valioso tanto para a cultura de Brusque como para instrumento de aprendizagem.
— Fazer esse resgate histórico ampliou a visão e nos deu margem para visualizar além da história geral do Brasil. No nosso município possuímos um material rico e pouco explorado nas escolas — salienta.
A contribuição de todas as estudantes rendeu um livro didático. O material foi apresentado na UNIFEBE no fim do ano passado.