Na última quarta-feira, 31 de agosto, os acadêmicos das 4ª e 6ª fases do curso de Publicidade e Propaganda da UNIFEBE deixaram o Campus Santa Terezinha e foram até o Teatro do Centro Empresarial de Brusque para assistir ao espetáculo “Ao Som dos Teares”.
A peça é livremente inspirada na obra do autor João Carlos Mosimann “Tragédia e Mistério na Villa Renaux” (Editora Insular, 2000), que narra fatos envolvendo a morte do jovem industrial Ivo José, encontrado sem vida no próprio quarto na Avenida Primeiro de Maio, no ano de 1949, em Brusque. A atividade fez parte da disciplina de Produção Audiovisual II do professor Ricardo Weschenfelder.
Longe de procurar responder às lacunas investigativas do caso, o texto se debruça em torno da subjetividade de questões não suficientemente esclarecidas, em especial, a acusação de assassinato imputada à esposa do finado, Dagmar Sylvia, bem como a reação social ao acontecimento. O festival e a oficina montagem são realizações da produtora Prisma Cultural e do Ministério da Cultura. A direção do espetáculo é do diretor Silvio José da Luz e a direção artística são de Weschenfelder. Além disso, a peça marcou a estreia do egresso de Design Gráfico Roner Lucas Becker da Luz, que interpretou Ivo.
A partir das impressões sobre o espetáculo, os acadêmicos deverão desenvolver relatório sobre como a produção audiovisual contribuiu para a dramaturgia da obra e como esse tipo de utilização pode ser transposto para produções publicitárias. Levando as produções para a sala de aula na quarta-feira, 14/09, o professor analisará as compreensões das turmas e exporá seu conceito criativo.
— Este foi meu primeiro trabalho para o teatro e, por isso, quis dividir o momento com meus alunos. Eles puderam perceber um exemplo de inserção audiovisual em uma produção ao vivo, bem diferente do que fazemos em estúdio com webséries, filmes e comerciais — comenta o professor.
— Assistir à peça foi um momento belíssimo. Perceber como se dá a direção de atores e a escolha do figurino nos faz ter uma visão mais ampliada do processo dramatúrgico. É importante termos esse tipo de experiência porque o contato com a Arte nos faz sair do contexto rígido da sala de aula. Aqui, muito além de nos debruçarmos nas teorias, pudemos vivenciar a prática. Particularmente, gostei muito de como a iluminação de palco foi usada para criar uma atmosfera diferente para os personagens. Saí da peça com várias ideias para futuros trabalhos — avalia a acadêmica da sexta fase Thais Duarte.
O acadêmico da quarta fase, Lucas Gabriel de Farias Xavier, acredita que momentos culturais engrandecem a experiência universitária.
— A peça tem grande importância histórica, e nos proporciona um enriquecimento cultural porque investiga a história do nosso município. Em relação à aula, é importante aprendermos a distinguir a melhor forma de construir linguagens autorais, utilizando nossa criatividade. Vivenciamos um processo misto na frente de nossos olhos: como o professor Ricardo conseguiu partir da linguagem teatral e inserir a produção audiovisual – coisas que parecem tão diferentes, mas que podem se complementar — afirma.
Sinopse da peça
Em 1949, a trágica morte de um jovem industrial comoveu Brusque. O inesperado acontecimento se revestiu de interrogações nunca esclarecidas. Justiça, imprensa, polícia, família e sociedade lançaram ao fato distintas interpretações, sem, contudo, chegar a um consenso. Teria ele sido assassinado ou pôs fim à própria vida? Enquanto indícios apontavam como suspeita a esposa do finado, as lacunas investigativas conduziram a trama para um improvável desfecho.