O artigo “Acolhimento e escuta no cuidado à saúde mental de pessoas em situação de privação de liberdade e policiais penais do sistema prisional de Santa Catarina” foi apresentado no I Encontro de Filosofia da Psicologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A produção é resultado do trabalho da acadêmica Juliana Machado da Silva, do curso de Psicologia da UNIFEBE.
Para embasar a produção, a acadêmica Juliana Machado da Silva desenvolveu as práticas no espaço do Presídio Regional de Brusque. Ela celebra sua participação na programação e reforça a relevância da atividade no contexto em que foi realizada.
“Fiquei profundamente honrada em ter a oportunidade de compartilhar minhas experiências no sistema prisional de Santa Catarina. Por meio do meu artigo, consegui descrever aspectos de um contexto tão delicado e desafiador, no qual se revelam histórias marcadas não só por vulnerabilidade, mas também pela possibilidade de transformação”, relata. “Acredito que a presença da Psicologia nesse espaço é essencial para compreender as complexidades humanas que ali se apresentam e para construir caminhos que promovam dignidade, escuta e cuidado”.
Psicologia acessível
Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da UNIFEBE, professora Andreia Martins, o debate e as reflexões propostos pelo trabalho visam incluir a psicologia nos diferentes ambientes da sociedade. “O artigo, que faz referência ao acolhimento e à escuta no cuidado da saúde mental de pessoas em situação de privação de liberdade e policiais penais é de suma importância para o nosso curso. Ficamos honrados, principalmente porque coloca em pauta um tema pouco debatido em nossa sociedade acadêmica: são as questões de saúde mental de pessoas privadas de liberdade, profissionais que atuam nesse contexto”, descreve.
Segundo o professor Gustavo Angeli, que orientou a produção, o trabalho desenvolvido ao longo do primeiro semestre abrangeu profissionais da segurança penitenciária e detentos da instituição. De acordo com o professor, a abordagem foi uma oportunidade para repensar a prática profissional e demonstrar novas possibilidades.
“Nossa ideia é pensar um pouco a psicanálise atravessada pela cultura e pelas questões sociais, oferecendo lugar de escuta a essa população também muito vulnerabilizada”, afirma. “Poder divulgar o nosso trabalho é pensar em uma psicanálise outra, para desconstruir um pouco o imaginário sobre um analista pode ou não pode fazer sobre as questões sociais”.