O curso de Medicina da UNIFEBE, por meio do Componente Curricular Interação em Saúde na Comunidade (IESC), em parceria com a Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade (LASFC) realizou no último dia 16 de setembro, o II Seminário de Medicina da Família e Comunidade.
O evento reuniu cerca de 80 pessoas e contou com a presença de estudantes, professores e profissionais, os quais participaram de quatro palestras com especialistas renomados na medicina de família e comunidade e da saúde coletiva da nossa região.
“O Seminário de Medicina da Família e Comunidade é uma oportunidade de promovermos discussões e debates acerca da Medicina da Família e Comunidade como especialidade médica. Quais seus desafios e conquistas na saúde pública e privada do nosso país, além de um networking entre os profissionais e estudantes”, enfatiza a professora e idealizadora do evento, Juliana Chaves Costa Pinotti.
Interação em Saúde na Comunidade – IESC
Durante o seminário, os participantes também acompanharam as apresentações dos projetos de intervenção realizados pelos acadêmicos da 1ª à 7ª fase de Medicina, nas Unidades Básicas de Saúde de Brusque. Os trabalhos, desenvolvidos na IESC, integram a curricularização da extensão do curso e foram avaliados por professores e profissionais da Atenção Primária do município.
Na ocasião, o projeto desenvolvido na UBS São João venceu como melhor trabalho. A intervenção aplicada pelos acadêmicos da 3ª fase, no primeiro semestre de 2023, teve como objetivo atualizar as consultas pediátricas que estavam em atraso na UBS. Para isso, com o apoio da preceptora, os alunos buscaram no sistema de informação da UBS quais eram as crianças entre 0 e 2 anos de idade, que estavam com as consultas pediátricas em atraso. Com as agentes comunitárias de saúde, os estudantes realizaram a busca ativa dessas famílias e iniciaram o contato com os pais para agendar as consultas. A partir de então, com as enfermeiras e médica da UBS, os acadêmicos de Medicina fizeram os atendimentos, salientando para as famílias a importância de manter em dia as consultas periódicas.
“Tínhamos 177 crianças com consultas em atraso e 44 foram atendidas em torno de dois meses. Além dos horários fixos, a UBS ofertou uma consulta por mês no período da noite para os pais que não tinham disponibilidade durante o dia. O sistema continuou sendo utilizado na Unidade Básica de Saúde e hoje a demanda é muito menor”, comenta a acadêmica Laiza Carolini de Sousa.
De acordo com a estudante, alguns desafios foram observados durante a intervenção, como o agendamento e não comparecimento dos pais na consulta, situações em que o atendimento é feito no particular e casos de pessoas que não moram mais no bairro e ainda não atualizaram seu cadastro na UBS onde residem atualmente.
“Foi gratificante ver o nosso trabalho ser aplicado e gerar um resultado positivo para a comunidade. Além disso, por meio do seminário, foi bastante interessante acompanhar a apresentação dos outros grupos e ver como eles estão aplicando as intervenções com outras faixas etárias, gêneros e etnias. Esses cases serviram de inspiração para as ações que devemos desenvolver nos próximos semestres”, complementa a estudante.
O pró-reitor de Graduação, professor Sidnei Gripa, parabenizou os acadêmicos pelo compromisso em aplicar intervenções que melhorem as condições de saúde da população. “O IESC é um Componente Curricular que insere o estudante, desde a primeira fase, na rotina do Sistema Único de Saúde. É a partir dessa vivência, que eles desenvolvem um olhar mais humanizado sobre as reais necessidades da comunidade”, destaca Gripa.
Conheça os trabalhos e grupos premiados no II Seminário de Medicina da Família e Comunidade:
1º Lugar: Organização do processo de trabalho no acompanhamento da puericultura em uma Unidade Básica de Saúde.
Autores: Felipe Delegave de Souza Gomes, Mariana Vieira Zanatta, Laiza Carolini de Sousa, Emanuela Bieleski Okuyama, João Vitor Dalla Rosa, Rosane Hermann e Juliana Chaves Costa Pinotti.
2º Lugar: Relato de Experiência: uma ferramenta para avaliação e gestão das visitas domiciliares na atenção primária à saúde.
Autores: Bruna da Rosa, Lucas Bernardo Machiavelli, Leonardo Kistenmacher De Bem, Maitê Luiza Hostert Pereira, Stella Dallila Machado Alexandre, Sara Rosane Silveira Cardoso e Sasckia Duarte.
3º Lugar: Dificuldades de migrantes haitianos à saúde pública em uma Unidade de Atenção Primária de Brusque.
Autores: Bruna Roberta Souza Fantini, Carol Da Silva Noschang, Danieli Schmitt Tomaz, Gabriela Fagundes Assi, Maria Carolina Pacheco, Luciane Kelsch Saadi e Suzane De Souza.