O projeto de reconstrução gráfica da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga e as colaborações entre o grupo de pesquisa Forma, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFEBE e o IFORM, da Universidade Politécnica da Catalunha (UPC) estiveram entre os temas abordados durante a visita feita à instituição, sediada em Barcelona, Espanha. A colaboração internacional contará com mentorias virtuais e a produção de materiais científicos voltados aos trabalhos desenvolvidos sobre a igreja símbolo do Centro de Brusque.
A proposta para criação de uma rede bilateral foi detalhada em carta de intenções, assinada pela Pró-reitora de Pós-graduação, Pesquisa, Cultura e Extensão, professora Edinéia Pereira da Silva. O documento foi entregue no primeiro semestre pelo professor da UNIFEBE, Rudivan Cattani. Na instituição catalã, ele foi recebido pela coordenadora do grupo IFORM, professora Teresa Rovina.
Os trabalhos serão baseados no livro El Proyecto Moderno – Pautas de Investigación, das professoras Teresa Rovina e Cristina Gastón. A obra é indicada pelo professor, como uma referência metodológica nos estudos da arquitetura moderna.
De acordo com Cattani, com os encaminhamentos desenvolvidos desde a visita, as equipes refinam as metodologias que serão adotadas nas mentorias virtuais, oferecidas pelos professores e profissionais da UPC aos acadêmicos da UNIFEBE. O professor, que integra os grupos de pesquisa com o professor Thiago Borges Mendes e o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFEBE, professor Marcelius Oliveira de Aguiar, indica que a visita marca o início da colaboração e o papel da pesquisa como um elo entre o ensino, prática e preservação da memória arquitetônica.
“A parceria entre os grupos FORMA e IFORM não se iniciou com a visita, pois já vem sendo construída ao longo de vários meses por meio de reuniões mensais online. Essa visita a Barcelona, portanto, representou uma continuação das ações em andamento e uma oportunidade de aprofundar os alinhamentos presenciais”, relata. “O gesto reforça os laços de confiança e o compromisso mútuo com a qualidade acadêmica e a preservação da arquitetura moderna, selando simbolicamente a construção da Rede de Trabalho entre as duas instituições.”
Referência metodológica
Segundo a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa, Cultura e Extensão da UNIFEBE, professora Edineia Pereira da Silva, a parceria fortalece o papel da instituição como uma das pioneiras na adoção das metodologias estudadas pelos grupos no país. Ela salienta a possibilidade de troca de conhecimento científico com o trabalho conjunto e a experiência gerada com a interação internacional entre os participantes.
Conforme a pró-reitora, mesmo com o reconhecimento na área de expressão gráfica arquitetônica do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFEBE, o contato com professores e pesquisadores dedicados ao tema fortalece a adoção das técnicas e metodologias relacionadas ao redesenho no curso. O trabalho pioneiro, destaca, motiva a reorganização do curso, na avaliação dela.
“É uma forma diferente de mobilidade, um intercâmbio de pesquisa. Uma mobilidade virtual, que será toda coordenada por professores e egressos da UPC, é bastante rica para o curso e uma forma de fazer com que o acadêmico vá para a Espanha, ainda que virtualmente, e acompanhe todo esse movimento”, afirma.
A pesquisa relacionada ao trabalho envolveu visitas técnicas e a consulta dos projetos arquitetônicos originais elaborados para a construção, autorizada pela Mitra Metropolitana de Florianópolis. Com a formalização do grupo de pesquisa, dois acadêmicos foram selecionados como bolsistas e poderão acompanhar o desenvolvimento da iniciativa, que deve seguir com os processos de análise, redesenho e reconstrução gráfica.
A escolha da Igreja Matriz São Luiz Gonzaga para a pesquisa é indicada pelo coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFEBE, Marcelius de Oliveira Aguiar, como natural. Projetada pelo arquiteto alemão Gottfried Böhm, Prêmio Pritzker de 1986, é, junto com a Catedral São Paulo Apóstolo, de Blumenau, uma das poucas assinadas pelo escritório do profissional.
“É um ‘Oscar da Arquitetura’, então, estudar a obra de um arquiteto que tenha um e uma obra na nossa cidade é único. Não teria outro arquiteto a ser estudado na região”, descreve.
Fotos: Robson Souza