Uniformizado e com crachá, ele começa a varrer o Átrio do Bloco A. Até as acadêmicas do curso de Design de Moda chegarem com o professor André Soltau para a apresentação dos trabalhos de Sociologia da Moda, expostos no túnel, construído na última semana. Então, o aparente funcionário de serviços gerais começa as intromissões. Primeiro, quer limpar onde estão as pessoas. Depois, fala sobre moda e dá sugestões no trabalho. O funcionário desperta sentimentos diversos. Alguns riem, outros se limitam a dizer: "que metido".
Foi assim que o ator e professor de Artes Cênicas da região da grande Florianópolis, Marcelo Mendes, interagiu na exposição. Com a ideia de teatro invisível, onde os atores se infiltram na plateia, Marcelo criou uma situação para verificar qual seria a reação das pessoas. "A intenção foi fazer com que os alunos não percebessem o ator, mas o funcionário da Unifebe. Tivemos diferentes reações e sensações, o que pode resultar em um material de estudo", pontuou.
Quando questionados pelo professor da disciplina se não havia nada estranho na apresentação, os acadêmicos apontaram para o estudante Jean Werner, do curso de Direito, que acompanhava a apresentação dos trabalhos. "Pensaram que eu era o personagem diferente da história", disse Werner, que já sabendo que Marcelo era ator, interagiu na apresentação.
Durante a semana, vários estudantes, professores, funcionários e visitantes foram atraídos ao local. Para a acadêmica do curso, Cinara Kohler, o desenvolvimento do trabalho foi prazeroso. "Pela rotina diária, gostamos de trabalhos que sejam rápidos e que não ocupem tempo fora da Instituição, mas este não foi desenvolvido somente em sala de aula e nos motivou", disse.
Segundo o professor Soltau, que organizou a atividade, a exposição fez com que o grupo trabalhasse em torno de um objetivo comum. A iniciativa também cumpriu o dever de mostrar para os acadêmicos do curso de Design de Moda a importância das disciplinas na área de Ciências Humanas. "Eles acham que essas disciplinas são chatas, teóricas demais. Como professor da área de História, o desafio foi sensibilizar a turma sobre essa importância. A exposição trabalhou o conceito de tempo, relação da roupa com a forma de pensar de uma determinada época. Trouxe diferentes personagens históricos e distintos comportamentos", explicou.
A exposição mostrou uma perspectiva moderna de arte (contemplação) e contemporânea (interação). "Somos excessivamente modernos, ainda não conseguimos entender a contemporaneidade. Mas o grupo, embora de maneira tímida, buscou interagir com o público através da exposição de maquiagem, perucas e óculos", ressaltou o professor.
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Texto e foto: Suelen Cerbaro
Publicado por: Assessoria de Comunicação Social