Os direitos, as vivências e as culturas dos povos originários do Brasil estão em destaque na Semana de Conscientização Étnico-Racial da UNIFEBE, aberta nesta segunda-feira (17), no átrio do Bloco A. A exposição Vivências Indígenas: História e Atualidades pode ser visitada até 28 de novembro no local, e traz informações e estudos, visando à conscientização e ao combate à desinformação.
No dia 27, um evento importante movimenta a Semana de Conscientização Étnico-Racial. O professor Marlon Miranda conduzirá uma mesa-redonda com o tema “Territórios em Diálogo”. A convidada é a professora Waldares Coctá Priprá. Pertencente ao povo Laklãnõ Xokleng, ela se tornou a primeira indígena no país a defender um título de pós-graduação na área de arqueologia.
A Semana de Conscientização Étnico-Racial da UNIFEBE é organizada pelo Laboratório de Cidadania e Educação em Direitos Humanos (LACEDH), com as professoras Jô Rosa e Vandreza Amante Gabriel; o professor Marlon Miranda; e a acadêmica Nicole Hort, da 6.ª fase do Curso de Direito. Ao percorrer os painéis da exposição, o visitante se depara com uma série de estudos, imagens e matérias sobre diversos assuntos, que vão do desmonte de fake news ao debate sobre demarcação de terras indígenas.
“Compreender os povos indígenas exige olhar para suas culturas vivas, seus saberes ancestrais, suas línguas, suas cosmologias e suas relações com o território. São relações que representam vida, memória, identidade e futuro. São presenças que resistem, se reinventam e seguem contribuindo para a formação social, cultural e ambiental do Brasil”, destaca a professora Jô Rosa.
Entre os docentes organizadores, há uma estudante: a acadêmica Nicole Hort, que percebeu um problema na quantidade de mentiras e desinformações, distorcem a visão de muitas pessoas sobre os povos indígenas no Brasil.. Seu trabalho consistiu em estudar a questão indígena e trazer bibliografia séria sobre o tema.
“Fui atrás de livros, que são todos do acervo da biblioteca da UNIFEBE, para que as pessoas não se baseiem em discursos prontos, superficiais e replicados, sem contato com a realidade. Por isso a exposição é tão importante: para trazer consciência e sensibilização sobre os nossos povos originários.”
É a primeira vez que Nicole participa de uma atividade como essa. “Foi de forma bem espontânea que eu vim como organizadora. Depois de um debate que eu tive em sala com a minha turma, percebi que mesmo pessoas que têm acesso ao conhecimento podem ter uma visão equivocada sobre o tema. Fui desabafar com o professor Ricardo Hoffmann, que me fez o convite. Achei bem legal e estou muito feliz em participar.”
Conforme relata a professora Vandreza Amante Gabriel, o evento é uma união dos trabalhos desenvolvidos pelos organizadores em diversas áreas. “É uma forma de a universidade, que é comunitária, contribuir de fato com a população que está aqui muito antes da chegada dos colonizadores. Essa preocupação da UNIFEBE com essas temáticas na área dos Direitos Humanos faz com que nós, enquanto sociedade, possamos repensar melhor os nossos passos para crescermos numa coletividade que respeite os povos em suas culturas.”