Duas acadêmicas do curso de Medicina da UNIFEBE apresentaram trabalhos no 20º Congresso Catarinense de Clínica Médica, realizado entre os dias 13 e 15 de outubro, em Blumenau. Orientadas pelo professor Frederico Guimarães Marchisotti, as estudantes Gabriela Gavasso e Franciele de Moura Guedes desenvolveram seus projetos e os expuseram no evento.
Gabriela revela que seu trabalho apresenta o relato de um paciente idoso, que após procurar por assistência médica no ambulatório de endocrinologia, devido a diabetes, apresentou ao longo dos anos de acompanhamento, transformação espontânea de mudança de vestuário, aparência, uso de acessórios femininos e maquiagem. Ao ser questionado pelo profissional que o atendia, relatou se identificar como mulher e adotar novo nome social, e questionou sobre o uso de estradiol para transição de gênero e colocação de próteses mamárias. “Esse caso é de suma importância, pois idosos transgêneros atrasam sua transição para evitar preconceitos perante a comunidade. Transtornos psicológicos e riscos cardiovasculares são comuns nessa faixa etária e devem ser levados em consideração no caso de uso da terapia hormonal na transição de gênero”, afirma a acadêmica.
De acordo com a estudante, a apresentação desse caso no congresso auxilia no atendimento de pacientes idosos que apresentam os mesmos questionamentos sobre a transição de gênero, que possui poucos estudos relacionados à terapia hormonal. “O congresso é uma ótima oportunidade no meio acadêmico para aquisição de novos conhecimentos. A participação do congressista por meio de pesquisas e atualizações contribuindo para o currículo e para a formação do acadêmico”, garante Gabriela.
Já Franciele apresentou o caso de um paciente que teve o diagnóstico de Acromegalia (doença que resulta da produção excessiva de hormônios do crescimento) após solicitação de alguns exames laboratoriais e de imagem. “O principal sintoma da doença o crescimento acelerado e desproporcional das extremidades do corpo, como mãos, pés, nariz, queixo, orelhas. Sinais estes que, muitas vezes, passam despercebidos. Seu diagnóstico ocorre anos após instalada a doença, e a detecção precoce é seu principal desafio, já que a extensão das complicações e do risco de mortalidade está diretamente relacionada ao tempo de exposição ao excesso do hormônio no organismo”, detalha a aluna.
Segundo Franciele, trazer o relato de uma doença rara ao meio acadêmico é tentar evocar lições que possam ser aplicadas para melhorar a qualidade do atendimento e gerar hipóteses diagnósticas. “Eu vejo o congresso como uma oportunidade de aprendizado e atualização de conhecimentos, além de me auxiliar na identificação da área que tenho interesse. Acredito que foi uma experiência que irá me auxiliar muito em minha formação como futura médica”, conclui Franciele.
O doutor Osvaldo Quirino de Souza, coordenador do curso de Medicina da UNIFEBE, enaltece a participação das acadêmicas no congresso. “Para nós, é motivo de satisfação que nossas alunas participem de eventos como esse. Isso contribui muito para sua formação, pois há um intercâmbio de conhecimentos com estudantes de outras instituições e profissionais da área”, reforça o coordenador.
O evento
O 20º Congresso Catarinense de Clínica Médica contou com a presença de estudantes de Medicina, médicos especialistas em Clínica Médica ou em Urgência e Emergência, médicos clínicos gerais, médicos que atuam em ambulatórios e hospitais e outros profissionais da área da saúde.
Os participantes assistiram a palestras, conferências, mesas-redondas e apresentaram trabalhos.
