Em editoriais de Moda com fotos e vídeos para impulsionar o brechó da entidade, em estampas para lenços, camisetas, ecobags e quimonos de jiu-jítsu para mulheres, os acadêmicos de Design da Moda da UNIFEBE transformaram design e moda em conscientização. Na Curricularização da Extensão deste semestre, os estudantes criaram a campanha “Violência nunca foi Moda”, visando auxiliar o trabalho do Instituto Corações de Algodão Doce, instituição sem fins lucrativos que atende vítimas de relacionamentos abusivos, sejam mulheres, homens ou crianças.
O resultado do projeto, iniciado em agosto, foi apresentado em novembro para a fundadora e presidente da ONG, Wellen de Lima Godoy. “A UNIFEBE abriu espaço para que o nosso trabalho, que já acontece há mais de seis anos de forma totalmente voluntária em Brusque, ganhasse ainda mais visibilidade e força. Ficamos extremamente agradecidas e honradas com esse reconhecimento e com essa troca tão verdadeira”, destaca Wellen.
Para a idealizadora da organização, os estudantes foram além da atividade acadêmica e se conectaram com histórias reais e com uma causa que é muito presente na vida de tantas mulheres. “Foi lindo ver o cuidado, a sensibilidade e o respeito com que eles trataram tudo. Essa parceria evidencia que quando a comunidade acadêmica se aproxima das necessidades reais das pessoas, nasce um impacto que vai muito além da sala de aula. Construímos juntos uma ponte entre moda, afeto, propósito e transformação social”, complementa a presidente da ONG.
Com as ações realizadas pelo curso, mais de cem peças foram arrecadadas para o brechó da entidade e produtos de moda foram criados para impulsionar o trabalho desenvolvido pelo Instituto Corações de Algodão Doce. A aproximação com os casos reais apresentados foi fundamental para que os grupos de acadêmicos compreendessem a essência da atividade e o impacto dela para a sociedade. “Conhecer os dados e perceber o quanto a violência contra a mulher ainda é uma realidade presente em nossa sociedade nos sensibilizou bastante. Por isso, ao desenvolver o Editorial de Moda em apoio à ONG, trabalhamos movidos por empatia, compaixão e pela determinação de contribuir com quem sofre. Entendemos que temos um papel importante na transformação dessa realidade”, salienta o acadêmico da 2.ª fase do curso, Lorenzo Vilbert Pereira.
Antes de iniciar o processo criativo, os estudantes participaram de palestras e rodas de conversa sobre violência doméstica com psicólogos, policiais, advogadas e vítimas. Já no âmbito da moda, as equipes aprenderam sobre a apresentação do corpo feminino em editoriais de moda.
“O projeto evidencia com clareza o quanto a formação em Design de Moda é um instrumento decisivo de consciência social. Ver nossos acadêmicos unindo sensibilidade, técnica e responsabilidade para apoiar o Instituto Corações de Algodão Doce reafirma nossa convicção de que a moda tem potência para gerar diálogo, acolhimento e transformação. Para mim, o projeto demonstrou maturidade acadêmica, compromisso ético e a compreensão de que criar também é um ato político e humano. Por isso, que me sinto profundamente orgulhosa do que construímos juntos”, avalia a coordenadora de Design de Moda da UNIFEBE, professora Jô Rosa.