A programação da Semana Nacional de Enfermagem mobilizou acadêmicos dos cursos de Psicologia e de Enfermagem da UNIFEBE em uma intervenção voltada à Síndrome de Burnout. As atividades, voltadas aos profissionais de enfermagem do Hospital Azambuja, foram desenvolvidas como parte do Estágio Básico IV, com ênfase em Psicologia Organizacional do curso de Enfermagem.
Para a programação, foram preparadas dinâmicas, atividades reflexivas e conteúdo técnico voltado para a saúde mental no trabalho. O projeto de extensão “Síndrome de Burnout na Enfermagem: desafios e estratégias de prevenção”, como relata a professora Suelen Frainer, surgiu como uma resposta à demanda mapeada com os profissionais de Saúde.
Segundo ela, além de alertar os profissionais com relação ao tema central, a atividade colaborou com a aproximação entre os cursos e a instituição hospitalar. Atualmente reconhecida como doença ocupacional pela Organização Mundial de Saúde, a síndrome acomete uma parcela expressiva dos profissionais de enfermagem, conforme enfatiza a professora.
De acordo com ela, a experiência proporcionou um momento de interação entre os futuros profissionais com à atenção com a saúde mental. “Esse projeto é um exemplo de como o estágio básico já ultrapassa os muros da universidade e se torna uma experiência transformadora. As acadêmicas souberam identificar uma demanda sensível, construir um plano de intervenção fundamentado em evidências e executar com responsabilidade e empatia”, afirma. “Foi uma vivência potente não apenas para elas, mas também para os profissionais de enfermagem envolvidos, que puderam falar a sobre sua realidade e refletir sobre estratégias de enfrentamento e prevenção do Burnout. Essa ação mostra a potência da Psicologia no cuidado com o trabalho e com a saúde mental coletiva”, descreve.
Prevenção e saúde mental
Segundo a coordenadora do curso de Psicologia, professora Andreia Martins, a interação entre os acadêmicos de diferentes cursos é fundamental para a formação dos futuros profissionais. No caso da atividade com os acadêmicos de Enfermagem, ela reforça a demanda que o setor possui devido às características de atuação e à proximidade com casos de doenças e situações críticas do ser humano.
Conforme a coordenadora, o contexto acaba sendo propício para casos de estafa mental e adoecimento psíquico e demanda a atuação de psicólogos preparados. “Escutar esses profissionais e escutar a realidade deles traz um conhecimento muito mais vivencial e com um aporte maior, uma conexão maior entre teoria e prática”, indica. “A prevenção é onde mais trabalhamos, hoje. Além de ter menos ônus à saúde, é benefício e faz com que as pessoas tenham uma autorregulação emocional, principalmente nessa área da enfermagem”.
A possibilidade de proporcionar uma experiência prática e integrada aos acadêmicos, na avaliação da coordenadora do curso de Enfermagem, professora Aline Sturmer, reforça o aprendizado sobre saúde mental no contexto real de trabalho. Segundo ela, a escolha do tema é de extrema relevância, sobretudo entre os profissionais da enfermagem, e a atividade, uma oportunidade de aproximar Universidade e comunidade.
“A programação, ao abordar essa questão de forma sensível e acolhedora, ofereceu um espaço de cuidado, reflexão e escuta ativa aos trabalhadores do Hospital Azambuja. Acreditamos que ações como essa têm impacto positivo direto na valorização dos profissionais e no fortalecimento da rede de apoio emocional dentro nas instituições”, afirma. “Ao vivenciarem essa prática, os acadêmicos compreendem com mais profundidade o papel transformador do cuidado em saúde mental, tanto para quem cuida quanto para quem é cuidado”.
Experiência prática
A acadêmica do curso de Psicologia, Taina Lofhagen, acredita que a experiência foi enriquecedora por contribuir com as estratégias de prevenção. Para a acadêmica, a atividade contribuiu ao aproximar teoria e prática trabalhada em sala de aula.
“Além de ampliar o conhecimento, acredito que também amplia o meu olhar como futura profissional para a importância de abordar temáticas sensíveis nas suas diversidades e promover práticas de prevenção para fenômenos como o Burnout”, indica.
De acordo com ela, é fundamental que profissionais da área tenham formas de lidar com a síndrome, dado o alto grau de casos vinculados ao setor. “Investir em treinamentos eficazes sobre o tema pode contribuir significativamente para a promoção da saúde mental desses trabalhadores, minimizando os impactos do estresse ocupacional e aprimorando a qualidade da assistência prestada aos pacientes”, afirma.
Já para a acadêmica de Enfermagem, Emanuele Pozzi Martinenghi, a atividade foi uma oportunidade para conhecer sobre o Burnout e os desafios emocionais da profissão. De acordo com ela, a experiência serviu para ampliar a percepção acerca da prática da enfermagem e a importância do cuidado com a saúde mental, empatia e do autocuidado para conseguir oferecer um atendimento qualificado.
“A atividade pode colaborar muito com meu processo de formação, pois abordou temas importantes como limites físicos e emocionais, postura no ambiente hospitalar e a importância do autocuidado. Essa experiência me fez refletir sobre a necessidade de valorizar a saúde mental desde a graduação”, projeta.
