A décima edição da Feira Brasileira de Iniciação Científica (Febic) reconheceu cinco projetos desenvolvidos por estudantes do Colégio UNIFEBE. Após uma rigorosa seleção, eles foram escolhidos entre 387 finalistas de todo o país, além de concorrentes internacionais, com projetos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio.
A edição teve um total de 14 projetos do Colégio UNIFEBE entre os finalistas. Na primeira etapa de premiações, três projetos foram reconhecidos como destaques. No segundo dia de premiações, foram obtidos dois terceiros lugares.
O projeto do grupo de Júlia Hilleshein do Amaral, Sofia de Souza Paza e Vitor Telles surgiu por meio do inusitado relato de um sonho, no qual as embalagens alimentícias eram feitas de farinha de tapioca. A opção do grupo, composto por estudantes da 3.ª série do Ensino Médio, foi propor o reaproveitamento das cascas de arroz, consideradas um resíduo agroindustrial abundante na região, para o desenvolvimento de uma alternativa ao isopor utilizado como embalagem.
Júlia manifesta contentamento com o resultado de sua segunda participação na Febic, celebra o sucesso do projeto, especialmente ao se considerar a categoria em que foi premiada, reconhecida por sua alta competitividade. De acordo com ela, mesmo com o contato recente com a iniciação científica, a experiência proporcionada pela participação anterior, as orientações recebidas e o potencial que percebiam no trabalho foram fundamentais para o desempenho. “No Colégio UNIFEBE, a iniciação científica é bastante presente, então foi algo que eu meio que descobri e tenho gostado bastante por ser algo mais novo para mim. Tenho gostado bastante e explorado isso para produzir mais no futuro”.
O projeto “Do isopor à casca de arroz: produção de uma bandeja sustentável visando diminuir o impacto ambiental causado pelo descarte do isopor” foi reconhecido com destaque, na categoria Ensino Médio, como Desenvolvimento de Novas Tecnologias. Para isso, eles receberam orientação dos professores Simone Sobiecziak e Marlon Miranda, além da consultoria de Raquel Bonati Moraes Ibsch e Amanda Goulart.
Segundo a estudante, a transição da matéria-prima para o trabalho ocorreu após a equipe identificar dificuldades em alcançar a um resultado satisfatório. “Escolhemos utilizá-la e, nos testes, obteve resultados bastante satisfatórios”, relata. “O mais difícil foi a produção da receita para a obtenção de um aglutinante eficaz”, descreve, ao se referir às tentativas até que o grupo alcançasse a mistura ideal de amido e vinagre, garantindo a consistência necessária.
Reconhecimentos
O destaque em Rigor Científico da edição ficou com o projeto de Gabriela Elis Matos Schimitt e Isabella Baron Krieger, o “Desenvolvimento de Embalagens Biodegradáveis para Substituir Sachês de Molho Convencionais”. Elas contaram com orientação dos professores Simone Sobiecziak, Amanda Goulart e Raquel Bonati Moraes Ibsch.
Os dois projetos que conquistaram o terceiro lugar também foram do Ensino Médio. Em Engenharia e Suas Aplicações, os premiados foram Iago Nolli da Silva, Lorenzo de Farias Araldi e Vinícius Hilleshein Giraldi. Eles produziram o projeto “Sistema automatizado de controle de temperatura em caixas de abelhas-sem-ferrão”, sob orientação dos professores Márcia Regina Faita e Simone Sobiecziak.
Ana Carolina Machado Peixer e Anthony Gabriel Amorim foram premiados por “Adaptação às mudanças climáticas: Implementação da Infraestrutura Verde e Azul (IVA) nos Planos Diretores das principais cidades do Médio Vale do Itajaí”. O projeto foi orientado pelos professores Marlon Miranda e Simone Sobiecziak.
Os resultados são classificados pelo diretor do Colégio UNIFEBE, professor Leonardo Ristow, como um reconhecimento importante ao trabalho realizado diariamente na instituição. Ele destaca a colaboração dos diferentes professores do Colégio e da UNIFEBE que colaboraram no desenvolvimento do trabalho, na orientação ou nas atividades laboratoriais.
“Ter tantos trabalhos classificados e reconhecidos demonstra que essa proximidade entre Colégio e Universidade tem colaborado no desenvolvimento de projetos de iniciação científica de muita qualidade, além da qualificação dos nossos estudantes e da possibilidade de experimentação no ambiente de conhecimento científico”, afirma.
Entre os professores que acompanharam os estudantes do Ensino Médio, Raquel Bonati Moraes Ibsch, do curso de Engenharia Química, concorda com a avaliação. Ela colaborou com os projetos de desenvolvimento de embalagens sustentáveis.
“Contribuir com orientações e apoio técnico nesse processo foi uma experiência muito gratificante, pois aproxima o Ensino Médio do Ensino Superior e estimula nos estudantes a curiosidade científica, a criatividade e o compromisso com soluções que dialogam com a sustentabilidade e a indústria de alimentos”, descreve.
Música programada
Como Destaques na Promoção da Arte, o Colégio teve o projeto “Proposta de uso do Makey Makey como ferramenta pedagógica para atividades nos intervalos ou contraturnos”, com uso de instrumentos musicais construídos com material reciclável” dos estudantes Arthur Crespi Castro e Laura de Pinho. Eles tiveram os professores Everton Odisi e Julia Gabriella Pedrini como orientadores.
Interativo, o projeto desenvolvido pelos estudantes costuma chamar a atenção de quem o observa. Nele, uma bateria, um piano e uma guitarra, todos feitos de papelão, cabos e botões ganham sons. “Juntamos duas ideias que gostamos muito: o Arthur é músico, e eu gosto muito de programação, de (Cultura) Maker”, lembra a estudante Laura de Pinho. “Pensamos que as pessoas podiam conhecer mais da música e interagir mais. Elas ficaram muito surpresas que saía som, e o som era igualzinho (ao instrumento real). ”
Além da união dos gostos pessoais, a proposta surgiu como uma alternativa para interação nos intervalos. Conforme a estudante, o desenvolvimento possibilitou conhecer mais sobre a música e a cultura maker.
Para a coordenadora Joziane, o reconhecimento da proposta é motivo de celebração. “Esse reconhecimento enche nossa comunidade escolar de orgulho e ressalta a importância de incentivar a pesquisa desde cedo. É inspirador ver alunos tão jovens envolvidos em iniciativas que unem criatividade, dedicação e ciência, mostrando que o conhecimento pode transformar realidades e abrir caminhos promissores para o futuro”, afirma.