O curso de Design de Moda da UNIFEBE levou moda, inclusão e acessibilidade para a passarela, desfilando em São Paulo, dois dos looks selecionados no concurso nacional 2ª Collab Moda Inclusiva & Casa de Criadores. No evento, que reuniu designers de todo o Brasil, a egressa e colaboradora da UNIFEBE, Caroline Zimmermann, apresentou a criação de um vestido inclusivo para pessoas com ostomia e um conjunto para mulher cadeirante.
Inspirada na realidade da engenheira e laboratorista da UNIFEBE, Elisabete Larissa Debatin, a designer criou um look adaptado para a usuária de bolsa de ostomia. O vestido foi desenvolvido baseado em uma entrevista entre a designer e a modelo, na qual foi possível identificar as principais queixas e necessidades de uma roupa adaptada. “Como designer, meu objetivo foi criar uma peça que unisse funcionalidade, conforto e estética, atendendo às demandas específicas de pessoas ostomizadas”, revela Caroline.
O vestido foi confeccionado com um tecido tecnológico antimicrobiano, escolhido pela sua capacidade de oferecer proteção e higiene. Para facilitar o uso, o look possui botões magnéticos frontais, que permitem uma abertura prática e discreta. Além disso, o design inclui uma calcinha adaptada para lavagem da bolsa de ostomia e um martingale na cintura com botões magnéticos, proporcionando mais facilidade para abertura na parte traseira. “A inspiração foi criar uma moda inclusiva e sofisticada, que valorize a pessoa e promova a independência e confiança no dia a dia”, complementa.
Adequar as roupas convencionais, como calças jeans, por exemplo, já faz parte da rotina de Elisabete. Mesmo com condições específicas, exigidas pelo uso da bolsa de ostomia, Bete revela que, por ser uma condição bastante pontual, não encontra no mercado da moda peças criadas para pessoas ostomizadas. “Ter uma roupa que foi desenvolvida especificamente para essa situação é um sentimento bom, assim, sabe? Como se a gente estivesse sendo vista pela moda e pela sociedade”.
Na passarela, Bete teve uma experiência diferente. Ao lado de outras pessoas com deficiência, mostrou ao Brasil uma moda acessível e inclusiva. “Foi enriquecedor estar com essas pessoas e no desfile mostrar que pessoas com deficiência também podem estar na moda e podem andar com estilos e, principalmente, que a moda pode, sim, se adequar às nossas necessidades”, acrescenta Bete.
Segundo look na passarela
Já o conjunto proposto para a modelo cadeirante, Gildete Moreira Ramos, é composto por uma blusa de alfaiataria com botões e abertura e uma saia de cintura alta com cós ajustável, ambos pensados para aliar estilo e conforto. Para a confecção do look, foram utilizados tecidos como renda e crepe, pensando na liberdade de movimento sem abrir mão da elegância.
Para Caroline, representar a UNIFEBE em um concurso nacional, como o Moda Inclusiva & Casa de Criadores, é uma oportunidade de demonstrar que o curso forma profissionais criativos e conscientes. “Os looks representam o impacto da formação que recebi e como ela me preparou para criar peças que vão além do design convencional. Que a moda pode ser inclusiva, representativa e cheia de propósito”.
A Casa de Criadores é um dos principais eventos de moda autoral no Brasil e, em parceria com a Moda Inclusiva, desempenha papel fundamental na construção de um futuro mais inclusivo e acessível na moda.
Além de egressa, Caroline é colaboradora da instituição e auxilia os futuros designers de moda em aulas práticas nos laboratórios do curso. “Minha participação em um concurso de tamanha relevância nacional é também uma forma de mostrar aos alunos que é possível, sim, aplicar o conhecimento acadêmico em projetos reais e desafiadores, como este de Moda Inclusiva. Eles têm à disposição uma formação sólida e a oportunidade de se engajar em projetos que podem impactar diretamente a sociedade. Que, de fato, a jornada deles começa na universidade, mas o impacto que podem causar vai muito além das passarelas”, enaltece Caroline.
A coordenadora de Design de Moda, professora Jô Rosa, parabenizou a egressa e colaboradora da instituição por representar o curso no evento nacional. “Carol mostrou ao Brasil que o curso de Design de Moda da UNIFEBE está alinhado a temas contemporâneos, como inovação, diversidade, inclusão e impacto social”.
