Contato com a comunidade
O diretor do Colégio UNIFEBE, professor Leonardo Ristow, reforça que a instituição, enquanto um colégio universitário, também mantém ações de Pesquisa e Extensão, como a iniciativa desenvolvida pelos estudantes. Segundo ele, a atividade proporciona uma experiência que prepara os estudantes para intervir e contribuir socialmente. “Pensamos em uma atividade caracterizada como extensão na qual os alunos saem do muro das escolas e intervêm numa comunidade”, relata.
Para a coordenadora do Ensino Médio, professora Jéssica Leme Cano, a atividade é significativa para a formação dos estudantes. “A produção do e-book é um resultado concreto, e ficamos muito contentes com o resultado, mas o valor maior está no processo de vivência e no intercâmbio de conhecimento. Ao sair da sala de aula e estabelecer contato direto com outras culturas, os estudantes envolvidos ampliam sua visão de mundo e aprendem que o conhecimento não se limita aos livros, mas também é transmitido por meio da experiência, da escuta e da convivência”, afirma.
Os roteiros de visita à Aldeia Indígena Tekoá V’yá Mbyá-Guarani, sediada em Major Gercino, resultaram na produção de um e-book, elaborado por estudantes e professores do Colégio UNIFEBE. O material foi produzido após visitas realizadas na aldeia e traz relatos, um glossário do idioma guarani para o português, descrições das características, rotina, cultura e curiosidades, além de perspectivas e impactos das alterações ambientais na comunidade.
Para desenvolver o projeto, foram reunidos estudantes do 3.º ano do Ensino Médio, membros do projeto “Impactos das mudanças climáticas na aldeia indígena Tekoá V’ya Mbyá-Guarani de Major Gercino” e do Projeto Estudante Comunitário do Colégio UNIFEBE. Entre os participantes, Luiz Guilherme Vieira indica ter atualizado sua percepção acerca do modo de vida das comunidades indígenas e reforçado a necessidade de uma atuação consciente para a manutenção dos recursos naturais.
“Nosso trabalho vai poder contribuir muito para a conscientização da sociedade em relação às comunidades não muito vistas. Ele me proporcionou trabalho em equipe e empatia”, descreve. “Podemos ver o carinho e o amor que os indígenas têm pela natureza. Antes do trabalho, não conhecia tanto sobre os Guaranis.”
O projeto foi acompanhado pelo professor Marlon Miranda, que ressalta a possibilidade de contribuição com as pesquisas acerca dos impactos das mudanças climáticas nas comunidades, sua cultura e idioma, além de contribuir com a comunidade com doações realizadas de roupas e alimentos. “A visita representa não apenas um momento de coleta de dados, mas um verdadeiro intercâmbio de saberes. Os estudantes vivenciaram na prática a importância da escuta ativa, da empatia e da valorização cultural. Projetos como este contribuem para uma educação mais humana, crítica e comprometida com a realidade.”

De acordo com a coordenadora, o projeto estimula a valorização das diferentes formas de pensar e viver, assim como aproxima os estudantes do debate ambiental. Este, salienta, também é abordado em diferentes projetos interdisciplinares do colégio. “Conecta-se de forma prática com os desafios do nosso tempo, mostrando que a educação precisa dialogar com as questões reais da sociedade. Mais do que aprender conteúdos, os estudantes vivenciaram um exercício de empatia, respeito e consciência cidadã. São experiências como essa que fortalecem a formação integral e deixam marcas para além da vida escolar”, indica.