Segundo ela, em diferentes eventos, observada uma busca pela equiparação de atuação profissional e de reconhecimento, assim como a valorização, como remuneração e a temática escolhida pode ser considerada atual. Para a professora, programações como a organizada no fim de julho, são uma oportunidade de demonstrar trabalhos e lançar luz sobre o tema.
Conforme a professora Alexssandra, a pauta debatida ao longo da noite é bastante atual e procura dar visibilidade ao trabalho desenvolvido por arquitetas e urbanistas. “Identificar e nomear as profissionais que atuam na área, dando destaque para as conquistas e adversidades enfrentadas, assim como poder identificar e analisar suas produções profissionais, é uma forma de reconhecer sua importância profissional”, indica. “Debates como o que realizamos nesta noite são importantes para se discutir a atuação profissional a partir do ponto de vista das profissionais da área. Penso que, embora a atuação e participação de mulheres na arquitetura e no urbanismo esteja se tornando mais frequente, assim como acontece nos demais campos profissionais, ainda é necessário avançarmos, a fim de se garantir o reconhecimento do trabalho desenvolvido por todas”.
A atuação de mulheres na Arquitetura e Urbanismo foi o tema central de uma mesa-redonda organizada pelo curso de Arquitetura e Urbanismo da UNIFEBE, no bloco F, no último dia 31. O encontro, batizado Diálogos, foi mediado pela professora Alexssandra da Silva Fidelis e reuniu outras três profissionais da área.
Para a programação da primeira edição, as arquitetas Daniela Sarmento, Claudia Elisa Poletto e Carolina Maria Dalri Meireles compartilharam seus projetos, pesquisas e diagnósticos relacionados à atuação da mulher nos setores. De acordo com Alexssandra, o Diálogos é uma forma de incluir o curso na programação alusiva ao 31 de julho, o Dia Nacional da Arquiteta e Urbanista. A programação deve ser anual, abordando pautas e problemas contemporâneos relacionados com a arquitetura e urbanismo.

Diálogo necessário
Para a abertura da programação, o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo, professor Marcelius Oliveira de Aguiar enfatizou a importância da mulher na sociedade e sua contribuição para diferentes momentos da história. O professor ainda reforçou o papel de atividades como o Diálogos na promoção do debate e valorização de arquitetas e urbanistas.
“Nos permitimos discutir sobre o papel fundamental das mulheres na sociedade e na Arquitetura. Desde tempos antigos, as mulheres têm sido a espinha dorsal de nossas comunidades, famílias e profissões. Elas têm desafiado normas, quebrando barreiras e mudando o mundo com sua resiliência e visão”, descreveu. “Hoje, quando celebramos essas conquistas, também reconhecemos a importância na diversidade e da inclusão. A presença da mulher em todas as áreas da sociedade nos enriquece e enriquece as nossas perspectivas para soluções duradouras aos desafios que enfrentamos”.
Para a acadêmica da 4.ª fase do curso de Arquitetura e Urbanismo, Amanda Walendowsky, os relatos feitos pelas participantes se destacaram na programação. Segundo ela, os debates abordando o lugar que a mulher em geral e na arquitetura ocupa na sociedade ganha importância redobrada no contexto acadêmico.
Na avaliação da acadêmica, a forma de sensibilização adotada para a causa pode ampliar as perspectivas sobre o tema. “Elas vivenciaram, em reuniões com executivos, em sua maioria homens, nas quais, em grande parte das vezes eles não olhavam para elas, por mais que tivessem tido forte contribuição nos projetos/ideias apresentados naquele momento”, descreve. “O que mais me intrigou é algo que a Daniela Sarmento disse ao final do evento, sobre ela não reconhecer tais atitudes na hora da ocorrência. Isso mostra tamanha importância de debatermos o tema proposto pelo evento. Dessa forma, ao mesmo tempo que as mulheres podem identificar comportamentos parecidos em suas vivências diárias dentro de um ambiente formal ou mesmo informal, que ainda não tenham notado, é possível também mostrar aos homens como nós nos sentimos e fazer com que uma possível mudança de comportamento ocorra ao longo do tempo”, projeta.
Acadêmico da 8.ª fase, Luis Henrique de Pinho, acredita que as discussões propostas foram valiosas por ampliar conceito de arquitetura como qualidade de vida. Segundo ele, outro destaque do evento foi a abordagem acerca das atividades e possibilidades encontradas no Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), assim como as ações voltadas para a maior diversidade na composição das bancadas. “No geral a ideia de um dia dedicado à Arquiteta e Urbanista, visa relembrar a todos que a arquitetura é produzida a partir de ideias plurais, não se restringem a classes sociais muito menos a questões de gênero”, descreve.