Empresas de Brusque e região têm agora um espaço virtual para conferir informações sobre a responsabilidade socioambiental no âmbito organizacional. Os sites foram desenvolvidos pelos acadêmicos de Sistemas de Informação do Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE), com os dados compilados pelos estudantes de Administração, Ciências Contábeis, Gestão Comercial e Processos Gerenciais, durante a Jornada de Curricularização da Extensão.
Para embasar a produção dos conteúdos, os estudantes participaram de uma série de palestras com especialistas na área. Uma delas foi sobre a “Contabilidade rumo a pós-modernidade: um futuro sustentável e transparente”, ministrada por Maria Elisabeth Pereira Kraemer. Os acadêmicos também conferiram exemplos reais de ações sustentáveis nas instituições, por meio da palestra com a representante da empresa Zen S/A, Kênia Melissa Rovaris, e identificaram as possibilidades de utilização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nas organizações, em uma conversa virtual com a representante estadual do Movimento, Camile Rebeca Bruns.
Para finalizar, os estudantes acompanharam o painel de discussão, envolvendo os representantes da Fundação Municipal do Meio Ambiente (Fundema), o Conselho Regional de Contabilidade e o Núcleo de Gestão Ambiental da ACIBr, representados respectivamente pelos profissionais Cristiano Olinger, Janara Benvenutti Gamba e Raquel de Cássia Souza Souto.
Gestão e Sustentabilidade
Após as palestras, os acadêmicos de Ciências Contábeis tiveram a missão de elencar os aspectos contábeis e legais do Balanço Social e evidenciar os benefícios da responsabilidade socioambiental nas organizações. Depois da coleta das informações, os alunos fizeram um resumo do material e definiram quais os itens mais relevantes para elaboração de uma cartilha orientativa.
O intuito era explicar no material como as organizações poderiam demonstrar as ações que contribuíram e irão contribuir para o meio ambiente. Ou seja, em termos contábeis, utilizando um Balanço Social. “O trabalho evidenciou que a responsabilidade socioambiental não traz benefícios apenas para o meio ambiente e para as empresas, mas também às pessoas, pois conseguem levar para seu dia a dia inúmeras ações aplicadas dentro da organização onde atuam”, salienta o acadêmico de Ciências Contábeis, Luiz Augusto Creppas Minatti.
Já os acadêmicos de Administração, Gestão Comercial e Processos Gerenciais ficaram responsáveis por criar dicas de como tornar uma empresa mais sustentável, além de desenvolver uma proposta de regulamento de como as organizações podem obter um Selo Verde. Para a acadêmica de Processos Gerenciais, Carolain Susan Day, a atividade possibilitou ampliar sua visão do papel da universidade perante a sociedade.
“A extensão me permitiu perceber o quanto nós estudantes podemos contribuir para mudar algumas realidades. Aprendi também que essas atitudes sustentáveis são uma forma de a empresa se posicionar positivamente perante os consumidores, e isso é muito importante para quando eu começar a empreender, pois com certeza terei atitudes mais conscientes”, enfatiza Carolain.
De acordo com o coordenador dos cursos de Administração, Gestão Comercial e Processos Gerenciais, professor Günther Lother Pertschy, o projeto foi além de o objetivo proposto inicialmente. “Estamos formando futuros administrados e gestores com uma visão diferente do mercado de trabalho. Com essa atividade eles perceberam que esses posicionamentos são essenciais para as empresas que realmente se preocupam em acompanhar as demandas sociais e mercadológicas”, complementa Günther.
Evaldo Gabriel Fuckner é acadêmico de Gestão Comercial e, por meio da curricularização, desenvolveu mais uma competência como futuro gestor. “Fiquei feliz em contribuir para nosso futuro, que não está tão distante assim. A ideia do gestor atual é conseguir administrar as empresas de forma lucrativa e correta, ao mesmo tempo em que busca manter o equilíbrio com a sustentabilidade”, destaca Evaldo.
Para o acadêmico de Administração, Ruan Flor, o tema sustentabilidade é relevante e precisa ser discutido nas organizações. “Responsabilidade socioambiental é um assunto que deve ser trabalhado em todas as organizações. Vivemos em uma sociedade que consome muito e como cidadãos e futuros gestores é nosso dever pensar em como isso impactará o futuro”, avalia Ruan.
Informação em prol da sociedade
Os dados obtidos e compilados pelos estudantes estão disponíveis em duas páginas web desenvolvidas pelos acadêmicos da 1ª e 3ª fase de Sistemas de Informação. “Transmitir à sociedade esse conhecimento que adquirimos, por meio de um formato que seja simples e objetivo, possibilita que quando pessoas busquem saber mais sobre o assunto, encontrem já sintetizado, o que deixa muito mais atrativo e fácil o entendimento. Foi um desafio, mas ter profissionais capacitados e atuantes na área para nos auxiliar fez a diferença no resultado final”, comenta o acadêmico de Sistemas de Informação, Lucas de Almeida Schmid.
O coordenador do curso, professor Roberto Heinzle, lembra que em atividades como a Jornada da Curricularização da Extensão, os estudantes se desenvolvem profissional e pessoalmente. “Durante essas duas semanas, nossos alunos foram desafiados a utilizar suas competências e conhecimentos para disseminar informações importantes para a sociedade. Com isso eles aprenderam a ser pessoas e profissionais mais comprometidos e engajados com o futuro”, conclui Roberto.
Clique e confira os materiais desenvolvidos pelos acadêmicos:
Curricularização da Extensão
Constituída por meio da Resolução nº 7, de 18 de dezembro de 2018, pelo Ministério da Educação Conselho Nacional de Educação Câmara de Educação Superior, o documento que estabelece as Diretrizes para a Extensão na Educação Superior Brasileira, regimenta o disposto na Meta 12.7 da Lei nº 13.005/2014, que aprova o Plano Nacional de Educação – PNE 2014- 2024.
De acordo com a resolução, a Extensão deve se integrar à matriz curricular dos cursos e promover a interação entre as instituições de ensino e a sociedade, por meio da troca de conhecimentos, cultura e diálogo. As atividades devem compor, no mínimo, 10% do total da carga horária curricular. Essa determinação começou a ser implantada pela UNIFEBE no primeiro semestre de 2020, com as primeiras fases de todos os cursos de Graduação. Neste semestre, estudantes da 1ª e 3ª fase participaram das intervenções.
O pró-reitor de Graduação e de Pós-graduação, Pesquisa, Extensão e Cultura interino da UNIFEBE, professor Sidnei Gripa, explica que a Curricularização da Extensão integra a formação acadêmica dos estudantes, promovendo intervenções que estimulam a construção e o desenvolvimento do aluno como cidadão.
Por meio de projetos, programas, cursos, oficinas, eventos e até prestação de serviços, a Curricularização da Extensão articula ensino, pesquisa e extensão de modo interdisciplinar, político educacional, cultural, científico e tecnológico. “O estudante se envolve diretamente com a comunidade com ações que estão vinculadas à sua formação universitária, de modo a viabilizar um diálogo construtivo e transformador entre a universidade e a sociedade”, destaca Gripa.
As atividades desenvolvidas presencialmente, neste semestre, seguiram todos os protocolos de segurança em saúde.
