Um desenho e muitos sentidos, esta é “Expressões da Violência: o Bullying de cada dia”, exposição que esteve aberta à visitação até dia 29 de novembro, no Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE).
Resultado do projeto de estágio desenvolvido pela acadêmica da 8ª fase de Psicologia do Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE), Fernanda Casola, a exposição expressou as concepções de Bullying pelo olhar dos estudantes.
O projeto
“Expressões da Violência: o Bullying de cada dia” é um projeto realizado pelo curso de Psicologia da UNIFEBE em parceria com a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso de Brusque (DPCAMI) e com a Secretaria Municipal de Educação.
“Inicialmente era um projeto da delegacia, que veio ao encontro do tema que eu gostaria de trabalhar no meu estágio obrigatório. Por isso, optamos por abordar a violência por meio do Bullying”, comenta a acadêmica Fernanda Casola.
Com o auxílio da Secretaria Municipal de Educação, que mapeou os educandários, a estudante aplicou o projeto nas escolas municipais Augusta Dutra de Souza e Alberto Pretti, no bairro Limeira, e Professora Isaura Gouvêa Gevaerd, no bairro Thomaz Coelho.
Os três encontros com práticas de intervenção, círculos de construção da paz, construção de vínculos e de relacionamento interpessoal foram realizados com as turmas de 8º ano de cada educandário.
A acadêmica destaca que de acordo com o avanço das intervenções, era possível perceber alguns pontos que precisavam ser trabalhados com os alunos do Ensino Fundamental, como a questão da autoestima e dos conflitos familiares.
“O trabalho foi muito mais de desconstrução, do que eles acreditavam ser a violência do Bullying. Os estudantes viram que já estavam naturalizando toda aquela violência, e por um processo de reflexão, de construção de novos olhares, com empatia, com respeito, que eles passaram a ter uma nova concepção sobre o assunto”, enfatiza Fernanda.
Para a professora de Ciências do 8º ano da Escola Augusta Dutra de Souza, Rosana Feltrin, é necessário trabalhar o tema nas escolas e na sociedade. “Os alunos absorveram a essência do projeto e agora um alerta o outro quando percebe a prática do Bullying”, comenta Rosana.
Gabriel Küster Maciel é aluno do 8º ano da Escola Augusta Dutra, e veio prestigiar a exposição do trabalho dos colegas na UNIFEBE. “Aprender sobre o tema mudou minha visão de como tratar meus colegas. Percebi que o Bullying não é prazeroso pra quem faz e nem pra quem sofre”, ressalta Gabriel.
Para marcar a abertura de exposição dos trabalhos, as entidades envolvidas no projeto promoveram no dia 22, um evento no auditório do Bloco C da UNIFEBE. Em uma roda de conversa, eles comentaram sobre os resultados já visíveis entre os estudantes.
“Quando iniciei o projeto, não tinha tanta expectativa de que eu iria aprender tanto, visto que já estamos acostumados a ouvir sobre o Bullying. Na prática, a gente vê que não é bem assim. O Bullying é um ponto da violência, mas ao redor dele existem várias práticas de comunicação violenta. Como pessoa me fez crescer muito e me fez entender que a sociedade é o reflexo desse sofrimento naturalizado”, acrescenta Fernanda.
A orientadora do projeto e do estágio obrigatório, professora Juliane de Moliner finaliza frisando a relevância da iniciativa. “Projetos como esse mostram a importância de a comunidade universitária adentrar na sociedade para trabalhar temas relevantes e necessários de serem debatidos, a fim de prevenir e de desconstruir a violência do Bullying”, conclui Juliane.
