As Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Brusque receberam uma série de jogos de tabuleiro desenvolvidos por acadêmicos da UNIFEBE. As atividades lúdicas precisavam ser adaptadas para o público infantil e idoso, que frequentam os espaços, considerando a levando em conta a acessibilidade e funcionalidade.
A atividade foi parte da curricularização da extensão do Curso de Design Gráfico e foi dividida em duas etapas, ao longo dos meses de março e maio. No período, os acadêmicos puderam acompanhar o workshop “Desenvolvimento de Games”, ministrado pelo professor Fernando Luís Merízio, e a palestra “Aspectos Motores, Visuais e Cognitivos em Crianças e Idosos”, que foi ministrada pela professora Fernanda De Oliveira Pereira. Outra atividade que colaborou com os acadêmicos foi a apresentação voltada aos cuidados humanizados e no ciclo da vida de pacientes que frequentam as UBSs, ministrada pela coordenadora do curso de Fisioterapia, professora Leilane Marcos.
O desenvolvimento de protótipos levou em conta a definição de público-alvo, análise de referências e a criação de conceitos, mecânicas e elaboração de protótipos. Cada grupo contou com um mentor, egresso do curso de Design Gráfico da UNIFEBE, que acompanhou o desenvolvimento do projeto.
Inovação
Responsável pela Curricularização da Extensão, a professora Denise Maria Sapelli relata que a defesa dos projetos foi feita de forma presencial, em programação que contou com a participação de professores e mentores. Para ela, o projeto foi inovador em diferentes aspectos.
“Conseguimos unir teoria, prática, empatia e propósito em uma única ação. Os estudantes não apenas criaram produtos de design, mas desenvolveram soluções com impacto real para pessoas em situação de vulnerabilidade”, descreve. “O envolvimento dos mentores e a entrega de jogos prontos para uso nas UBS e na Clínica-Escola da UNIFEBE tornaram essa edição especialmente marcante para o curso.”
Na avaliação do coordenador do curso, professor Thiago dos Santos, o projeto consolida o compromisso da instituição com uma formação que extrapola os muros da universidade. De acordo com ele, a curricularização auxilia na formação de profissionais conscientes, sensíveis às demandas sociais e capazes de transformar o mundo por meio do design.
“Os acadêmicos aplicaram seus conhecimentos técnicos de forma criativa e solidária, colocando o design a serviço da comunidade, e isso é exatamente o que esperamos de uma formação ética e transformadora”, afirma.
Estímulo e prática
O projeto desenvolvido pelo grupo da acadêmica Laís Antônia da Silva envolve um jogo de cartas destinado ao público acima dos 60 anos, o MoviMente. Segundo ela, a proposta continha desafios cognitivos e motores e surgiu da demanda de unir uma atividade acessível, divertida e possível de aplicar nos ambientes da Saúde.
“Pensamos em estimular a mente e o corpo de forma leve e interativa, respeitando as limitações e as potencialidades desse público”, afirma. “O processo de desenvolvimento envolveu muita pesquisa, testes e troca de ideias entre o grupo e os professores. Trabalhamos desde a concepção da ideia até a prototipagem do jogo, passando por estudos sobre design inclusivo, ergonomia e usabilidade”, descreve.
De acordo com ela, o experimento auxiliou a perceber a influência do design na rotina das pessoas. Laís destaca a possibilidade de desenvolver um projeto real e com um propósito social. Conforme a acadêmica, a experiência possibilitou a aplicação dos temas abordados durante as aulas.