A figura dos clássicos das histórias infantis, como o Chapeuzinho Vermelho, ganhou um enfoque mais atualizado para alertar sobre os perigos da internet e das redes sociais para crianças e adolescentes. A iniciativa é parte do projeto de Extensão Chapeuzinho Vermelho na Floresta Digital, desenvolvido pelo curso de Psicologia da UNIFEBE.
O projeto foi desenvolvido pela 8.ª fase do curso e dedicado aos estudantes do Ensino Fundamental II, com idades entre 10 e 14 anos. Ao todo, a roda de conversa contou com a participação de cerca de 50 estudantes, além de professores e direção. Nela, os estudantes compartilharam suas experiências relacionadas ao uso da internet e redes sociais. A interação também contou com os relatos de professores com as vivências no contexto escolar. Os participantes ainda puderam interagir em um quiz baseado no tema do debate.
Orientadora do projeto, a professora Luzia Meurer salienta o papel da iniciativa em articular a psicologia preventiva, de forma lúdica e simbólica, no contexto escolar, atentando para a realidade das crianças e adolescentes. De acordo com ela, o projeto contribui ao integrar prevenção e educação para promover o bem-estar e a segurança dos estudantes.
“Ao utilizar o conto clássico como recurso pedagógico, a iniciativa promove um espaço de reflexão acessível e engajador sobre os riscos do ambiente digital, favorecendo a conscientização crítica quanto a temas como cyberbullying, exposição indevida e interações com perfis maliciosos”, destaca. “Trata-se de uma proposta que não apenas informa, mas também fortalece competências socioemocionais como autoestima e autorregulação, essenciais para a construção de vínculos mais seguros com as tecnologias.”
Espaço de reflexão
A avaliação da coordenadora do curso de Psicologia da UNIFEBE, professora Andreia Martins, é que a iniciativa colabora com a prevenção e a promoção da saúde mental. Conforme a coordenadora, a estratégia adotada colabora com a aproximação de temas de forma mais qualificada.
“Criar um espaço de reflexão, de debate sobre a segurança desses adolescentes com relação ao uso da internet, das redes sociais e à exposição faz com que a gente promova a saúde mental dessas crianças e adolescentes e da família de uma forma geral”, descreve a coordenadora.
A acadêmica do curso de Psicologia, Evelin Silveiro Koneski, participou da iniciativa e salienta a contribuição da atividade em aproximar o impacto dos temas, como o cyberbullying. Segundo ela, a prática se reflete ao longo da vida dos adolescentes, tendo impactos na autoestima, suas relações e como enfrentam os desafios pessoais.
“Por meio da fábula, conseguimos abrir espaço para refletir sobre autoestima, escolhas e, sobretudo, sobre o cyberbullying, tema que apareceu de forma muito marcante nos relatos dos estudantes. Ouvir suas experiências, perceber como vivenciam o uso do celular e das redes sociais e acompanhar suas reflexões mostrou o quanto é necessário abordar um tema tão atual e próximo de sua realidade”, indica.
Segundo a acadêmica, a interação permitiu conhecer a realidade dos diferentes integrantes da comunidade escolar e demonstrou a importância de ações que envolvam a comunidade. “Foi uma experiência profundamente marcante. Ir até a comunidade, ouvir de perto os adolescentes e compartilhar reflexões em um espaço coletivo permitiu-me vivenciar o sentido social da Psicologia. O que começou como uma proposta simples se transformou em algo especial e necessário, reforçando em mim a certeza de que iniciativas como essa são fundamentais, tanto para a comunidade quanto para a formação de futuros psicólogos comprometidos com a realidade em que estão inseridos”, descreve.
