No dia 13 de maio foi celebrado 130 anos da Abolição da Escravatura no Brasil. Com o intuito de trazer um novo olhar sobre o tema, por meio de danças afro-brasileiras, foram realizadas atividades nos cursos “Vida Ativa” e Educação Física da UNIFEBE, na segunda-feira, 14.
O professor Jessé da Cruz, coreógrafo e bailarino, foi responsável pelas ações e trouxe três bailarinos da D Dance Roots, do Colégio Estadual Dr. Tufi Dipp, de Joinville (SC), que realizaram apresentações de danças urbanas afro-brasileiras como a Maculelê.
Cruz trabalha a cultura popular brasileira com ênfase nas culturas nativas indígenas, afro-brasileiras e de matriz africana. Com a turma do Vida Ativa explorou a cultura popular no olhar da decolonização e com a 9ª fase de Educação Física, na disciplina de Dança e Saúde, falou sobre a vulnerabilidade no terceiro setor e da necessidade de vislumbrar outros nichos de mercado.
— Queremos mostrar uma realidade que muitas vezes não percebemos, pois estamos acostumados a ter um único olhar. O papel da universidade é exatamente este, abranger outras realidades para que o nosso estudante não acredite que a sua formação está ligada somente a um espaço Fitness, no sentido de uma academia, mas que essa formação pode ser muito mais complementar e que há outros mercados a serem explorados — ressalta Cruz.
Para a professora aposentada, Olga Schaefer Habitzreute, 66 anos, acadêmica do Vida Ativa, é extremamente relevante aulas que mostram um novo olhar da cultura brasileira.
— As aulas do professor Jessé são maravilhosas e sempre trazem novos conhecimentos. Acho importante conhecer a cultura de dança do nosso país. Estou muito feliz em participar — enfatiza Olga.
Larissa Bertulini, de 23 anos, da 9ª fase de Educação Física já fez hip hop por mais de seis anos e considera motivadoras aulas como as de Cruz.
— Sou apaixonada por dança e acho o máximo essas iniciativas que nos permitem ver o multiculturalismo e nos envolvermos com a cultura negra — salienta Larissa.

Quebra de paradigmas
Para os jovens Kevyn Izo, 16 anos, Fernando Lúcio Mendes, 13 e Émerson Ricardo Lúcio, 16, de Joinville, ter a oportunidade de mostrar seu trabalho na UNIFEBE é gratificante. Eles acreditam que ações como essa colaboram para quebrar paradigmas e barreiras em uma sociedade onde a maioria dos universitários são brancos e que não conhecem a cultura afro-brasileira.
— Para nós é uma honra muito grande estar numa universidade reconhecida como essa e mostrar a nossa cultura, que não é somente a macumba (instrumento musical), mas que sim, tem muitas riquezas — destaca Izo.
