O envolvimento de estudantes no desenvolvimento de projetos sociais e a promoção da formação cidadã são alguns dos objetivos do projeto Estudante Comunitário, desenvolvido com voluntários entre os matriculados no Ensino Médio do Colégio UNIFEBE. A iniciativa propõe encontros semanais e deve contar com a parceria de órgãos da sociedade civil, para a identificação de demandas reais de Brusque e região que possam receber iniciativas.
Orientador do projeto, o professor de História e Sociologia, Marlon Miranda, ressalta a possibilidade de criação e execução de ações sociais. De acordo com ele, com a atividade é possível aproximar os conhecimentos teóricos de situações reais e, assim, desenvolver habilidades socioemocionais, senso crítico, empatia e responsabilidade social, além da maior autonomia e capacidade de trabalho em equipe.
Segundo o professor, a iniciativa segue a metodologia de Service Learning ou Aprendizagem-Serviço, com reflexos diretos na forma como os estudantes vão interagir com a comunidade.
“O Projeto Estudante Comunitário transforma o aprendizado em ação. Por meio do contato direto com a comunidade e da aplicação prática do conhecimento, nossos estudantes desenvolvem não apenas competências acadêmicas, mas também valores fundamentais para a construção de uma sociedade mais justa e solidária”, descreve o professor. “A proposta representa uma iniciativa significativa no fortalecimento da relação entre universidade, escola e comunidade.”
Em linha semelhante, a coordenadora do Ensino Médio do Colégio UNIFEBE, professora Jéssica Leme Cano, classifica a proposta como uma ação pedagógica valiosa. Ela salienta a integração entre a formação acadêmica e o desenvolvimento humano promovido com a ação.
“Trabalhar a cidadania e a atenção às demandas reais da comunidade estimula nos estudantes o senso de pertencimento, a empatia e o compromisso social. É fundamental que os jovens compreendam, desde cedo, que podem ser agentes de transformação no seu meio, reconhecendo necessidades coletivas e buscando soluções, com pesquisa, embasamento, responsabilidade e criticidade”, afirma.
Aprimorar e contribuir
Segundo a presidente da Fundação Educacional de Brusque (FEBE) e reitora da UNIFEBE, professora Rosemari Glatz, a proposta cumpre um papel importante na aproximação dos estudantes com a comunidade e a realidade local. Segundo ela, com a integração proporcionada pelo projeto, se fortalecem os vínculos dos estudantes e as cidades da região.
“A oportunidade que esses estudantes têm de conhecer as demandas de Brusque e região permite que conheçam as características locais em detalhes, contribuam para a superação das demandas e exercitem a cidadania de forma mais plena. Para uma instituição que busca o ensino de alta qualidade diariamente, essa proximidade nos permite desenvolver um olhar mais atento para a região. ”
O diretor do Colégio UNIFEBE, professor Leonardo Ristow, salienta a contribuição da atividade na formação dos estudantes. Segundo ele, a proposta possibilita a intervenção fora dos muros da escola, a aprendizagem experiencial e a pesquisa. “Vai além do voluntariado, pois eles precisam pesquisar a situação, a necessidade daquele contexto, e investigar possíveis formas de intervir”, detalha.
Com o uso da metodologia, o diretor projeta que os estudantes participantes consigam apresentar melhores respostas às demandas do contexto em que estão inseridos. “Além de estudar, de pesquisar, o que é algo que já fazemos aqui no Colégio, esse grupo de estudantes, que atua de forma voluntária, vai intervir em alguma entidade, alguma associação próxima. Esse é um tipo de aprendizagem importante. Ao envolver, além do conteúdo, eles vão aprender a ler a sua comunidade, as suas necessidades e intervir de forma embasada”, descreve.
O projeto, na avaliação da estudante Bárbara Siegel Pedrini, é uma oportunidade de se reconectar com um estímulo que ela afirma ter recebido dos pais: fazer pelo outro o que gostaria que fizessem por si. Ela vê no projeto uma possibilidade de praticar o ensinamento, aliado à atuação voltada para a causa animal, outro interesse de infância.
De acordo com ela, a participação no projeto é um aprimoramento e demonstra a capacidade de conciliar estudos e o que considera uma causa maior. “A causa animal sempre foi o meu ponto fraco, então, agora acredito ser para isso que eu vou me direcionar, por ser algo que me sensibiliza e que eu realmente teria gosto de trabalhar e pesquisar sobre, mesmo que em uma porcentagem completamente pequena”, projeta.