Além do LACEDH, a atividade envolveu o, Núcleo de Prática Jurídica (NPJ), ambos ligados ao curso Direito, e do curso de Pedagogia. “A UNIFEBE, há muitos anos, tem trabalhado para não deixar esquecida esta semana com diversas atividades e, sempre com olhar”, descreve o professor. “Não tratamos a semana apenas com uma semana de comemoração, mas como uma semana de reflexão”.
Apesar do foco das atividades terem se concentrado ao longo da semana, como a interação O Espelho, que buscou estimular o repensar o significado de uma mulher inspiradora, até o fim do mês, ações voltadas para as mulheres são mantidas como parte da programação. Pelas redes sociais, no perfil oficial do LACEDH, uma série de vídeos feitos com mulheres indicando leituras de autoras femininas segue até o fim do mês, com publicações diárias.
O Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE) organizou, no início do mês, uma semana especial ao público feminino. A programação da Semana da Mulher contou com exposições, interatividade, debate no formato mesa-redonda e uma transmissão ao vivo, intitulada Mulheres na Ciência: Desafios e alegrias do cotidiano.
O projeto, como relata o presidente da Comissão de Direitos Humanos e organizador do Laboratório de Cidadania e Educação em Direitos Humanos (LACEDH), professor Ricardo Vianna Hoffmann, é desenvolvido há mais de 10 anos na instituição. Ele destaca o apoio dos diferentes setores da instituição e participação de voluntários, professores e funcionários na promoção da discussão sobre o tema, que também ocorre em outros momentos do ano.
Maior visibilidade
Durante a semana, um dos momentos de interação desenvolvidos foi o Baú de Crenças. Nele, os visitantes foram convidados a deixar relatos de situações presenciadas ou vividas envolvendo mulheres. O foco dos relatos esteve tanto em situações de violência e preconceito relacionados ao gênero quanto percepções sobre o tema. Em troca, cada participante recebeu frases elaboradas por acadêmicas do curso de Pedagogia, nas quais foram evidenciados o papel do protagonismo feminino e suas potencialidades.
“Quando as acadêmicas abordavam a comunidade participante, muitas e muitos tinham dificuldade de falar e refletir sobre como a discriminação de gênero influencia na sociedade e nas relações humanas. Isso ocorria mesmo após serem trazidas à tona algumas posturas e frases tomadas como natural, por exemplo, a vulnerabilidade como uma fraqueza vinculada à imagem da mulher. Mesmo assim, em dois dias de ação, tivemos 99 participações. Acredito que a atividade cumpriu com êxito o seu propósito: criou um espaço seguro e aberto para discussão, permitindo-nos confrontar preconceitos e desconstruir estereótipos de maneira construtiva”, descreve a professora Giselly Mondardo Brandelise, organizadora da atividade.
De acordo com ela, em uma sociedade na qual os índices de violência contra a mulher, incluindo casos de feminicídio, abuso e estupro, violência física, patrimonial e emocional crescem diariamente, é necessário falar sobre os temas, como uma forma de prevenção. Ela ressalta a necessidade de promoção do protagonismo de meninas e mulheres. Segundo a professora, a atividades como o ‘Baú de Crenças’ promovem o diálogo crítico, incentivam a empatia e o respeito mútuo. “É uma questão de evolução social e humana”, indica.
As acadêmicas Rafaela Duarte e Kailani de Souza, ambas da 5ª fase do curso de Administração, estiveram entre as participantes da atividade. As jovens ressaltaram o papel de ações interativas, como as organizadas no átrio do Bloco A, na conscientização de quem acompanhou a atividade.
“Mudar este aspecto de diferença entre os gêneros é inspirador. Que outras pessoas vejam esse potencial que nós, mulheres, temos”, relatou Rafaela.