A palestra para acadêmicos da 7.ª e 8.ª fases do curso de Pedagogia da UNIFEBE, no auditório do Bloco C da UNIFEBE, com o diretor da unidade de Brusque do Centro de Educação de Jovens e Adultos (CEJA), Renato Horner, e a coordenadora, Daniela Martins, proporcionou um momento de interação e troca de experiências. Durante o encontro, os estudantes puderam conhecer detalhes da estrutura do CEJA, os desafios e as metodologias utilizadas para o processo formativo desse público que frequenta as aulas para conclusão da educação básica.
Eles aproveitaram o momento para detalhar acerca das especificidades que essa modalidade de educação exige com relação à metodologia e necessidades, assim como o papel de inclusão social e cidadania prestado pelo serviço.
Conforme a professora Fabiana Boos Vasquez, do componente curricular EJA: Saberes e Prática, as características reforçam a necessidade de atuação de um profissional que esteja adaptado ao perfil ao ambiente de ensino. “O trabalho desenvolvido pela EJA traz dignidade para aqueles que, por algum motivo, não tiveram acesso à educação na idade regular. Lecionar na educação de jovens e adultos requer empatia, paciência e capacidade de adaptar e flexibilizar o planejamento às necessidades dos alunos”, descreve a professora.
A experiência proporcionada pela palestra é indicada pela acadêmica Eliane Santos Cunha como motivadora para conhecer mais sobre a modalidade de ensino. Mesmo com o conhecimento adquirido em sala de aula, indica que o detalhamento da abordagem foi um diferencial da atividade.
“A palestra proporcionou aprendizados significativos, reforçando conceitos já adquiridos, de maneira clara e acessível. Além disso, despertou um grande interesse em explorar o universo enriquecedor da EJA”, indica a acadêmica da 7.ª fase.
Papel social
Para a coordenadora dos cursos de Pedagogia e Pedagogia – Anos Iniciais, professora Eliane Kormann, o debate envolvendo a educação de jovens e adultos colabora na reflexão acerca do cenário brasileiro da Educação Básica. A coordenadora reforça a importância do papel desse segmento educacional, que surgiu como alternativa para a característica histórica da EJA, em que um número considerável de estudantes precisou abandonar a escola para trabalhar.
“Temos um contingente de mais de 68 milhões de pessoas, com idade acima dos 18 anos, que não frequentam a escola e não concluíram a educação básica. Esses dados foram aferidos pelo IBGE, que serviram de base para o Censo Escolar 2023, que apontou ainda uma queda nas matrículas da EJA. Assim sendo, essa discussão reforça a necessidade de ações para combater a evasão escolar na Educação Básica e ampliar oportunidades educacionais e profissionais na EJA”, descreve.
Segundo a coordenadora, a atividade auxilia a ampliar a compreensão sobre esse segmento educacional, que ainda é pouco reconhecido. Outro reflexo apontado por ela é com relação ao estímulo e sensibilização dos futuros professores com a docência voltada para esse segmento e aos desafios da educação básica.
Ela destaca o papel de inclusão social proporcionada com a difusão do conhecimento e a contribuição da educação destinada para jovens e adultos no desenvolvimento de habilidades e competências. “A Educação de Jovens e Adultos requer um professor que conheça a trajetória dos estudantes, que tenha uma escuta atenta e uma didática baseada na Andragogia, respeitando a autonomia e as experiências de vida dos alunos jovens, adultos e idosos, para que assim eles possam se interessar, permanecer e concluir os estudos”, afirma. “Futuros educadores precisam compreender as especificidades desse público, os desafios enfrentados pelos alunos e as metodologias adequadas para engajá-los no processo de aprendizagem. ”