Ancestralidade é tema de coleção elaborada por acadêmicos da UNIFEBE

Produção serviu de base para exposição, disponível no Bloco C ao longo do mês de julho

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Um projeto desenvolvido pela 5.ª fase do curso de Design de Moda da UNIFEBE explorou diferentes abordagens da ancestralidade dos acadêmicos do curso. O tema foi abordado na coleção Moda Casa, composta por peças de cerâmica, decoração, itens de cama, mesa e banho, desenvolvidos pela turma, como parte do componente curricular Projeto de Moda: produtos para ambientes.

O resultado do trabalho, além de fotos e dos croquis com o processo de produção dos grupos, resultou em uma exposição, disponível para visitação na vitrine do LabModa, no Bloco C da UNIFEBE. No local, os diversos produtos e ambientes elaborados pelos acadêmicos têm como proposta a ambientação da participação de mães e avós.
Conforme a professora Alexssandra da Silva Fidelis, em meio a uma busca por uma desaceleração em diferentes aspectos do convívio social, abordagens que promovam a conexão, a simplicidade e o bem-estar tornam-se recorrentes e necessárias. Ela ressalta que a atividade foi um estímulo para a busca por momentos vividos pelos acadêmicos, aproximando o conteúdo das raízes culturais e pessoais de cada um.

“Este projeto representa mais uma oportunidade única de aplicar conhecimentos teóricos, na prática, estimulando a criatividade, a pesquisa e a conexão com temas relevantes para o momento atual”, relata a professora. “Resgatar temáticas capazes de nos aproximar do que é essencial para a vida, na busca de um ritmo mais equilibrado e conectado com os próprios valores, pareceu-me uma ótima proposta de trabalho, estimulando, assim, o desenvolvimento de produtos que dialogam com esses conceitos”, afirma.

Ao longo do primeiro semestre, uma oficina sobre peças cerâmicas, sob orientação da artista ceramista Vânia Gevaerd, oportunizou aos 35 participantes conhecer as técnicas envolvidas no manuseio da argila e como desenvolver peças próprias. Para conhecer mais sobre o desenvolvimento e a concepção criativa de peças de cama, mesa e banho, os acadêmicos participaram de visitas técnicas em empresas como a Appel Home e a Eva Indústria Têxtil.

Conectados e autorais
A coordenadora do curso de Design de Moda, professora Jô Rosa, salienta a integração de técnica, pesquisa e identidade cultural envolvidos no trabalho e a sua contribuição na formação dos acadêmicos. “Ao abordar a ancestralidade como eixo criativo, os estudantes foram desafiados a explorar memórias, valores e referências pessoais, promovendo uma conexão profunda entre o design e o pertencimento”, descreve.

Segundo a coordenadora, a atividade incentivou a criação e o olhar autoral dos participantes. “Essa experiência permitiu o desenvolvimento de produtos autorais com significado e propósito, ao mesmo tempo que potencializou habilidades práticas e sensibilidade estética. Além disso, favoreceu a compreensão do design como ferramenta de expressão cultural e emocional, ampliando o repertório dos participantes e fortalecendo a sua atuação como criadores conscientes e conectados com a realidade social e afetiva”.

Identidade familiar e cultural
O grupo da acadêmica Livia Paulina Mulaski escolheu a influência das avós na ancestralidade das novas gerações femininas como inspiração. Segundo ela, para alcançar o resultado de resgate das memórias afetivas e simbólicas, elas apostaram nas texturas, materiais e elementos visuais. Com os detalhes, exploraram elementos que remetem à tradição, ao acolhimento e à sabedoria feminina. As produções tentavam traduzir esse legado de forma visual.
Para chegar ao resultado, elas aproveitaram as referências florais, cores e técnicas artesanais, como o crochê e a cerâmica, como base. Os trabalhos demandaram pesquisa, dedicação e sensibilidade das participantes.
“Foi a primeira vez que desenvolvi um projeto voltado especificamente para produtos têxteis para ambientes, como a sala de estar, área escolhida para desenvolver os nossos itens. A minha experiência com o crochê, para o enfeite de parede, por exemplo, demandou semanas para seu preparo, por se tratar da minha primeira experiência com a técnica manual”, descreve Lívia.
Ela reforça a ampliação do repertório de referências estéticas e técnicas relacionadas aos produtos têxteis. “Fortaleceu a minha compreensão sobre o valor do design emocional e das narrativas afetivas na criação de produtos com propósito e identidade”, avalia.