No dia a dia, nas Unidades Básicas de Saúde, sob a supervisão de profissionais da área, como médicos e enfermeiros, os acadêmicos de Medicina do Centro Universitário de Brusque (UNIFEBE) vivenciam a sua futura profissão. As atividades integram o componente curricular Interação em Saúde na Comunidade – IESC e são desenvolvidas pelos estudantes, desde a primeira fase do curso.
Para compartilhar as ações de impacto na comunidade e aperfeiçoar as competências e habilidades, o curso de Medicina, em parceria com a Liga Acadêmica de Saúde da Família e Comunidade (LASFC) promoveu o III Seminário de Medicina da Família e Comunidade.
O evento
Na sua terceira edição, o Seminário de Medicina de Família e Comunidade contou com uma série de palestras, oficinas e roda de conversa com professores do curso de Medicina e preceptores da Saúde da Família e Comunidade. O Seminário propôs debater a Medicina de Família e Comunidade nas suas diferentes atuações e localidades, além de aprimorar as habilidades clínicas com rigor científico, inovação e tecnologias no processo de cuidar. “Tivemos diversos momentos relevantes de discussões e debates sobre a Medicina da Família e Comunidade enquanto especialidade médica e principalmente o retorno positivo que ela traz para a saúde da população”, avalia a professora e idealizadora do evento, Juliana Chaves Costa Pinotti.
Durante o evento, os acadêmicos da 1.ª à 8.ª fase também apresentaram os seus projetos de intervenção realizados nas Unidades Básicas de Saúde de Brusque e região e foram destaques em 2024.1. Além disso, os estudantes também puderam submeter em resumo os trabalhos desenvolvidos em 2023.2 e 2024.1, com foco desde o processo de trabalho do agente comunitário de saúde, acolhimento, saúde da criança, saúde da mulher, saúde do trabalhador, saúde mental do adolescente, saúde da pele, saúde cardiovascular e saúde do idoso, todos no contexto da Atenção Primária à Saúde (APS). “Os trabalhos, desenvolvidos na IESC, integram a Curricularização da Extensão do curso e propõemm o fortalecimento e a integração do Ensino, Pesquisa e Extensão”, complementa a professora. Dos oito trabalhos apresentados, três ganharam honra ao mérito.
O uso de uma nova tecnologia para auxiliar no cadastro dos cidadãos através dos Agentes Comunitários de Saúde na UBS do bairro Santa Rita, em Brusque, levou o primeiro lugar nas apresentações. O trabalho foi desenvolvido na 1.ª fase do curso, pelos estudantes, Bruno Eduardo Parisotto, Danielli Olivo Zanelato, João Canella da Silva, Mariana Nicolodelli, Mirela da Cunha Pandini, Sheron Borré, e professoras Érika Freire e Camila Goulart Lanau. O grupo implementou a utilização de um QR code, disponibilizado em um banner em frente à UBS. Segundo o acadêmico João Canella da Silva, a ideia surgiu após os desafios serem apresentados aos estudantes. João explica que, a alta rotatividade dos moradores do bairro, caracterizado por possuir muitos edifícios e a baixa adesão dos cadastros dos residentes na Unidade Básica de Saúde foram os pontos considerados para a intervenção.
O intuito era incentivar que o morador possa realizar o seu próprio cadastro ou atualizá-lo virtualmente, e os dados enviados para o e-mail da UBS, com o acesso direcionado aos agentes comunitários de saúde (ACS). “A partir desse processo, o ACS pode dedicar-se de maneira integral ao processamento dessas informações dentro da UBS, promovendo uma reunião de características dos residentes otimizada, porém mantendo o processo de territorialização completo e detalhado. Como estudante de Medicina, analiso o trabalho como essencial para o futuro da área da saúde, bem como uma integração cada vez mais necessária entre a medicina humanizada e a tecnologia. Na minha opinião, o evento é uma excelente oportunidade para fomentar novas ideias, convertendo-as em projetos que geram benefícios para a comunidade acadêmica, profissional e de toda a sociedade”, complementa João.
Para o coordenador do curso, doutor Osvaldo Quirino de Souza, o III Seminário de Medicina da Família e Comunidade evidencia um dos principais vieses do curso. “A Medicina da Família e Comunidade é a base da formação dos nossos acadêmicos. Eles são inseridos nas práticas da área da saúde desde a primeira fase, com o intuito de entender na prática a realidade da saúde na nossa região e, a partir disso, desenvolver um olhar mais humano, propondo e, efetivamente, realizando melhorias. Parabéns a todos pelo comprometimento e pelas ações, de fato, transformadoras”, salienta.
Conheça os trabalhos e grupos premiados no III Seminário de Medicina da Família e Comunidade:
- 1ª Lugar: Trabalho desenvolvida na UBS Santa Rita, Brusque.
Título: Auxílio do cadastro de residentes através dos ACS: o uso de uma nova tecnologia.
Autores: Bruno Eduardo Parisotto, Danielli Olivo Zanelato, João Canella da Silva, Mariana Nicolodelli, Mirela da Cunha Pandini, Sheron Borré, Érika Freire e Camila Goulart Lanau. - 2º Lugar: Trabalho desenvolvido na UBS Central do município de Botuverá.
Título: Importância da parceria entre vigilância sanitária e unidade básica de saúde: estratégias integradas de incentivo à monitorização da qualidade da água e educação em saúde na região de Botuverá.
Autores: Ana Carolina Wainer Borges, Ana Luiza Schaefer Sartori, Anna Clara Jacobi Thome, Beatriz Heusi Zanelato, Mariana Vieira Zanatta, Thais Durieux Ferreira, Débora Assunção Aguiar e Suzane Souza. - 3º Lugar: Trabalho desenvolvido na UBS Águas Claras no município de Brusque.
Título: O manejo correto da insulina.
Autores: Beatriz Isabela Deretti, Carolina Luisa Bogoni Luzzi, José Arthur Rubick Rieg, Keli Maria Granoski, Tatiana Therezinha Saldaña Rios, Gustavo Favaretto e Roberto Omar Alves de Oliveira.
